Conferências UCS - Universidade de Caxias do Sul, 9º Seminário Internacional de Bibliotecas

Tamanho da fonte: 
A LITERATURA INFANTIL E OS RETROCESSOS NO SÉCULO XXI: como os livros infantis se tornaram socialmente ameaçadores para a nova geração de leitores
Mayara Paula Atanásio Soares da Silva, Girlaine Pergentino Gomes

Última alteração: 2020-11-09

Resumo


O estudo visa apresentar questões relacionadas a censura literária de obras infanto-juvenis que vem ocorrendo com frequência em instituições informacionais, onde, por vezes, limitam a inclusão de determinadas obras em seus acervos por considerarem que as mesmas não atendem às diretrizes ideológicas, crenças ou de valores familiares. Em função dessas proibições, materiais relevantes saem do acervo, por irem de encontro aos princípios de determinado grupo social. Sendo assim, o objetivo geral do trabalho é relatar como a censura vem ganhando espaço dentro de ambientes de desenvolvimento infanto-juvenil e interferindo no processo de democratização de acesso à leitura. Os objetivos específicos do seguinte estudo pretende compreender quais os principais responsáveis pela censura de livros infanto-juvenis; analisar a importância do acesso a livros e leitura no processo de desenvolvimento infantil e; perceber como as restrições de leitura podem atrapalhar o desenvolvimento crítico e sociocultural do indivíduo. O método utilizado para o progresso deste trabalho compreende o estudo descritivo, com o estudo descritivo, é pretendido, segundo Fonseca (2012, p. 22), “conhecer a motivação das pessoas para determinadas ações ou fazer um estudo de caso sobre determinado indivíduo, comunidade ou empresa”.

A relevância dessa pesquisa é voltada não só para profissionais da biblioteconomia, mas também para a comunidade como um todo, tendo em vista que tem se tornado cada vez mais presente a repressão de obras literárias pelos mais diversos motivos, em específico, materiais que são considerados inadequados segundo a visão de responsáveis e da gestão institucional. A exemplo disso, em um artigo publicado no jornal Estado de Minas, a doutora em Ciência da Informação, Fabiola Farias (2019), discorre sobre o assunto ao explicar que empresas evitam aceitar “inscrições de livros que ‘apresentem seres mágicos, como bruxas, fadas e duendes, como temática central da história’, em clara observância a instituições religiosas que proíbem a leitura de livros dessa natureza”. Após a análise desenrolada durante a elaboração deste projeto se torna possível compreender que o papel do bibliotecário dentro dos ambientes informacionais deve ser em prol da democratização da informação, atendendo as demandas dos usuários, permitindo que o público infanto-juvenil possua a liberdade de selecionar e analisar o conteúdo que lhes é fornecido, obtendo a oportunidade de assimilar a informação consumida juntamente com responsáveis que possuam habilidades para auxiliar a criança na interpretação do conteúdo sem criar estigmas e depreciação acerca da obra.