Outubro Rosa remete à esperança e otimismo a pacientes na UNACON.

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 20/10/2016 | Editado em 20/10/2016

Susto, surpresa, medo, incerteza… Estas são algumas das reações e sentimentos iniciais de quem descobre ter câncer. Mas essas palavras são substituídas, num curto espaço de tempo, por outras, como otimismo, superação, fé e que a vida precisa ser vivida com intensidade.

No mês em que diversas ações chamam a atenção para a prevenção do câncer – com o intuito de conscientizar sobre a prevenção pelo diagnóstico precoce – contamos a história de três pacientes do Hospital Geral, que cruzam os corredores da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON). No Outubro Rosa, Iara, Tatiana e Vanusa expressam seus sentimentos em relação à doença e a satisfação do acolhimento junto ao Hospital Geral. E são unânimes sobre a importância da campanha, para que as pessoas possam se olhar mais e estarem atentas aos sinais da doença.

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Iara é voluntária do Banco de Perucas.

Em 2013, Iara Orrigo, 53 anos, de São Francisco de Paula e há 35 anos em Caxias do Sul, teve câncer de mama e é reincidente: neste ano, o câncer voltou nos ossos. Mas ela se sente otimista e, como descreve, “grata acima de tudo”. Hoje, a paciente também é voluntária do Banco de Perucas – que realiza o empréstimo de perucas e lenços às mulheres em tratamento oncológico. Ao descobrir a doença, Iara explica que ficou bem surpresa, mas encontra na família um apoio muito importante. No Hospital Geral, ela diz sentir-se feliz “por saber que posso contar com uma estrutura desse nível para o meu tratamento, e que ainda tenho todo o suporte emocional. Penso em outras mulheres, em tantos outros lugares do país, que não conseguem serem atendidas desta forma”, enfatiza.

Mas o que ela poderia dizer para quem descobre agora a doença? “Acredito que todas queiram falar com alguém que entenda a situação que estão vivendo. Quando ouço alguém que descobre a doença, comento que também sou paciente, que também estou vivenciando uma história semelhante. E que nunca percam a esperança, mantenham o foco e sejam otimistas”.

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Tatiana coordena o Grupo Amigas de Peito e Alma (Foto: acervo pessoal).

Voluntária e coordenadora do Grupo Amigas de Peito e Alma, formado por pacientes e ex-pacientes do HG – o grupo apoia o Banco de Perucas – , Tatiana Dall’Agnol Ribeiro, 39 anos, de Caxias do Sul, reagiu com medo e incerteza a descoberta da doença. Não pensa no futuro. Para ela, “o futuro pensamos quando ele chegar. Penso que o que temos é o hoje, mas desde o início da doença sempre fui positiva e acreditei que no fim tudo dá certo”. Tatiana comenta que, ao se descobrir a doença, é preciso chorar, gritar, espernear… “Passado o susto, é preciso optar por ser feliz todos os dias”. Ela ressalta a importância do envolvimento e a acolhida no Banco de Perucas: “o trabalho é feito por voluntárias que já passaram pela doença e, por isso, entendem bem o que a recém-chegada está sentindo. Fazendo sempre valer o lema: ‘cobrindo cabeças e aquecendo corações’”, conclui.

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Vanusa atua em ações de voluntariado.

Recentemente, Vanusa Aparecida Teixeira, 43 anos, se juntou ao grupo de voluntárias do Banco de Perucas. Natural de Santa Catarina, está em Caxias do Sul há 20 anos. No ano passado, descobriu câncer no ovário. E chorou. Mas pouco. Hoje se sente a pessoa mais feliz do mundo. “Sei que tive uma segunda chance. E desejo fazer tudo que tenho vontade. Ajudar outras pessoas com minhas ações de voluntariado. Quero contribuir”. Às novas pacientes, Vanusa aconselha que é importante ter calma, fé e esperança. “Nunca deixe de lutar e tenha sempre alegria em seu coração”.

Serviço de oncologia

Para essas e outras pacientes, o Hospital Geral conta com a UNACON, inaugurada há dois anos, que abriga serviços de quimioterapia e radioterapia para tratamento adulto e pediátrico com atendimento pelo Serviço Único de Saúde (SUS). A unidade tem uma média de atendimentos diários de 110 pacientes, que recebem suporte para tratamento de radioterapia, consultas e revisões de radioterapia; tratamentos quimioterápicos e procedimentos; consultas e revisões na quimioterapia.

Para o diretor de Ensino e coordenador médico da UNACON, André Reiriz, “a Unidade trouxe um importante avanço estrutural e tecnológico para o atendimento aos pacientes oncológicos da região, e também possibilitou uma assistência integrada, que une profissionais da cirurgia, radioterapia e oncologia clínica, no planejamento terapêutico, em um mesmo espaço físico, otimizando qualidade e viabilizando tratamentos em tempos adequados, sem espera demasiada.”

A preocupação em oferecer um atendimento humanizado é um dos principais objetivos do serviço, que inaugurou, no ano passado, a Unidade de Conforto Sintomático, que busca oferecer mais privacidade ao paciente (e a seu familiar) e um atendimento por profissionais capacitados e especializados, proporcionando maior conforto ao paciente em tratamento paliativo. A unidade – situada na área de internação oncológica – conta com dois leitos especialmente equipados para atender as necessidades desse paciente. Outro diferencial é a ambientação do quarto, com paisagens de natureza e roupas de cama na cor verde, para proporcionar uma sensação de tranquilidade.

As áreas de Oncologia Pediátrica também foram idealizadas para oferecer uma assistência mais humanizada para os pequenos que procuram os serviços ambulatoriais ou de internação. Os ambientes foram decorados com motivos infantis e lúdicos, estimulando a criatividade e possibilitando um ambiente menos traumático para as crianças.

Na UNACON também são desenvolvidas atividades de ensino e de pesquisa, assim como ocorre no Hospital Geral. Atualmente, centenas de alunos de vários cursos da UCS, das áreas da Saúde e Humanas, como Medicina, Enfermagem, Psicologia, Fisioterapia, entre outros, utilizam a estrutura do Hospital Geral para a realização de seus estudos e estágios.

História do Outubro Rosa

O movimento começou nos Estados Unidos, onde vários Estados realizavam ações isoladas referentes ao câncer de mama. Após aprovação no Congresso Americano, o mês de Outubro se tornou o mês nacional (americano) de prevenção do câncer de mama. A história do Outubro Rosa remonta à última década do século XX, quando o laço cor-de-rosa foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York. Em 1997, entidades americanas começaram a comemorar e fomentar ações voltadas à prevenção do câncer de mama, denominado Outubro Rosa, ações essas direcionadas à conscientização da prevenção pelo diagnóstico precoce. Para sensibilizar a população, inicialmente as cidades se enfeitavam com laços rosas, principalmente nos locais públicos. A ação de iluminar de rosa monumentos, prédios públicos, pontes e teatros surgiu posteriormente, com o mesmo objetivo de chamar a atenção para a prevenção da doença.

(Fotos Elisangela Dewes)