Curso de Medicina da UCS recebe certificação do Sistema de Acreditação de Escolas Médicas (SAEME).

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 13/12/2016 | Editado em 14/12/2016

Das 31 escolas/cursos de Medicina que se candidataram para participar do processo, somente 19 receberam o selo de acreditação patrocinado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Brasileira de Educação Médica (Abem). No Rio Grande do Sul, apenas a Universidade de Caxias do Sul e a Fundação Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre tiveram seus cursos de medicina acreditados.

Realizado pela primeira vez em 2016, a avaliação proposta pelo Sistema de Acreditação de Escolas Médicas (SAEME) exigiu o cumprimento por parte das instituições de ensino superior que oferecem o curso de Medicina de uma série de pré-requisitos relacionados à gestão e programa educacional, ao corpo docente, ao corpo discente e à infraestrutura, que, no escopo geral, visam qualificar a formação médica no Brasil, destacando valores como ética, transparência, independência, qualidade e responsabilidade social. De adesão voluntária, o Sistema foi implementado por iniciativa conjunta do Conselho Federal de Medicina e da Associação Brasileira de Educação Médica com a intenção de colocar a Medicina brasileira em um patamar de referência internacional.

 

“Podemos inferir que o SAEME é uma iniciativa que visa responder à política de abertura indiscriminada de escolas médicas pelo Brasil. Entre 2000 e 2015 foram criadas 142 novas escolas e surge assim a  necessidade de procurar novas formas de atestar quais cursos apresentam condições de formar um bom médico”. Para o professor Emerson Rodrigues da Silva (foto), coordenador do colegiado do curso de Medicina, a acreditação pelo SAEME coloca o curso da UCS numa posição privilegiada, ao lado das instituições que formam profissionais plenamente preparados para dar as respostas adequadas às necessidades da população brasileira na área da Saúde.claudia-velho-3669

“Sabe-se que, nesta primeira edição,  apenas 31 escolas se julgaram capazes de se submeter ao processo de acreditação; destas apenas 23 foram visitadas pela Comissão de Avaliação e somente 19 foram acreditadas. Aqui, no Rio Grande do Sul, apenas o nosso curso e o da Fundação Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre receberam o Selo de Acreditação. Do ponto de vista prático, esse diferencial deve aumentar a procura de candidatos de outras localidades do estado e do país a uma vaga em nosso curso. E, isso se justifica porque ser egresso de uma escola acreditada pelo SAEME terá, num futuro próximo, um valor difícil de estimar neste momento”.  Há oito anos o professor Emerson participa do Colegiado do Curso e, desde julho de 2016, está na função de coordenação, representando um universo de 540 acadêmicos e 122 docentes.

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Sala de videocirurgia no HG.

A inserção internacional faz parte dos planos dos idealizadores do SAEME. Segundo informações obtidas no site do Conselho Federal de Medicina, “a construção do SAEME se deu no momento em que as instituições internacionais de ensino e de regulação da profissão se unem em prol de melhorias na qualidade da formação médica”. A World Federation for Medical Education (WFME), organismo mundial que reúne instituições de ensino médico já anunciou que manterá um sistema de reconhecimento de iniciativas como a implantada no Brasil.  Isto significa que no momento em que houver a integração do SAEME a esse sistema internacional, será garantido aos egressos de cursos acreditados concorrer a vagas de residência médica em instituições de outros países.

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Serviço de Diagnóstico e Imagem do HG beneficia os usuários do SUS.

Daqui a três anos, uma nova avaliação irá revalidar a acreditação e para manter os índices de qualidade e elevá-los ainda mais, o coordenador do curso diz que é necessário manter a política de qualificação do corpo docente – com ênfase na pedagogia – ; aumentar a interação com os demais cursos e avançar na interdisciplinaridade; e aumentar o número de docentes que participam da gestão do curso, melhorando a eficiência da gestão acadêmica. Para isso, o Colegiado do Curso e o Núcleo Docente Estruturante já estão desenvolvendo um plano de ação para manter o curso apto à reavaliação e manutenção da acreditação.  “É importante notar que a ordem de divulgação das escolas é aleatória. Não foi e não será divulgada a ordem classificatória para evitar ranqueamentos. Todas as dezenove instituições acreditadas receberam sugestões de melhorias pontuais, sem exceção” esclarece o coordenador.

Um curso com maturidade e qualidade construídas ao longo de 49 anos.  

logo_saemeNo parecer da Comissão de Avaliação que analisou cerca de oitenta aspectos do curso, a equipe de avaliação externa destacou as melhores práticas da medicina da UCS que podem ser compartilhadas com outras Instituições de Ensino Superior, como forma de contribuir com a formação médica no Brasil. São elas:
– Modelo de espaço físico e espaços de convivência comuns do campus
– Modelo de organização da Biblioteca
– Modelo de sustentabilidade ambiental em instituição de ensino superior

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Aula no Ambulatório Central com o professor Fernando Vivian, das áreas de Mastologia, Ginecologia e Obstetrícia.

O coordenador do curso acredita que a boa avaliação do curso, se deve ao corpo docente qualificado; à estrutura do Hospital Geral de Caxias do Sul e do Ambulatório Central; às parcerias com os gestores públicos da área da Saúde; ao alto investimento em bases de dados e bibliografia; à liderança positiva do professor Asdrubal Falavigna que conduziu esse processo até maio de 2016, acompanhando inclusive a avaliação in loco, e que hoje coordena o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde; ao esforço dos estudantes; mas principalmente, ao trabalho desenvolvido em 49 anos de uma história construída pelo comprometimento de professores pioneiros, visionários e abnegados que dedicaram suas vidas profissionais para que tivéssemos hoje um curso de Medicina maduro e com qualidade reconhecida pelos órgãos máximos que regulam o ensino e o exercício da Medicina em nosso país”.

“Nosso aluno necessita de 9.090 horas-aula para se graduar. Os dois últimos anos são exclusivamente de estágio, o chamado internato médico, onde temos inserções de alunos no SUS de Caxias do Sul e de outras cidades do seu entorno, como Farroupilha, Bento Gonçalves, Nova Petrópolis, Santa Maria do Herval e Barão. Além disso, inovamos com um modelo de internato rural que possibilita aos acadêmicos, acompanhados por nossos docentes, permanecerem nas comunidades para atendimento à população, conhecendo não só os pacientes e suas famílias, mas também a realidade onde estão inseridos e os determinantes socioambientais de doenças. Isso corresponde melhor ao perfil do nosso egresso e ao conceito moderno de saúde-doença, em que se espera que o médico possa resolver de 90 a 95% dos problemas de saúde, deixando a especialização para a etapa da residência médica”.

Concluindo, o coordenador do curso de Medicina da UCS afirma que “a acreditação é extremamente positiva não só para o curso de Medicina, mas para a Universidade como um todo, pois colabora para a qualificação e excelência institucional”.curso-acreditado

 

Priscila Bossardi, Taísa Gauer e Rafael Vani - 2013Foto da capa: No registro feito pela fotógrafa Daniela Schiavo, em 2013, o professor Petrônio Fagundes de Oliveira Filho, com os acadêmicos, hoje profissionais formados, Priscila Bossardi, Taísa Gauer e Rafael Vani.

 

Fotos: Claudia Velho e Daniela Schiavo