Acadêmicos relatam suas experiências como rondonistas durante a Operação Tocantins.

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 13/02/2017 | Editado em 13/02/2017
Rondonistas da UCS e da Unicamp agradecem pelo acolhimento em Silvanópolis.

Durante 12 dias, oito acadêmicos dos cursos de Medicina Veterinária, Enfermagem, Engenharia Ambiental, Serviço Social, Direito, Nutrição, Ciências Biológicas e Engenharia Civil participaram da Operação Tocantins do Projeto Rondon. Com alunos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), eles compartilharam a tarefa de integração social e colocaram em ação temas relacionados ao meio ambiente, comunicação, trabalho, tecnologia e produção.

Na ida, a expectativa de poder estimular o crescimento da comunidade do município que tem um pouco mais de cinco mil habitantes. Na volta, a certeza que o lema de suas camisetas – Lição de vida e de cidadania – fez com que eles voltassem cidadãos muito melhores do que foram.

 

 

RELATOS 

Tatiana e Mariela na oficina de culinária com crianças.

Tatiana Bresolin Magrin – Curso de Engenharia Civil
“A oportunidade de presenciar uma realidade diferente da que estamos inseridos aqui na Região Sul é, sem dúvida, algo muito especial, mas a possibilidade de poder transformar a vida das pessoas é emocionante. Poder ver o brilho nos olhos das crianças a cada novo aprendizado e o anseio da população por uma cidade melhor através das nossas oficinas, fez valer cada minuto que passamos em Silvanópolis. O objetivo do Projeto é formar multiplicadores no município. No entanto, se formam também laços muito fortes de amizade e troca de experiências. E após doze dias vivenciando tudo isso, o que eu tenho a dizer é: ‘O Rondon não é um Projeto, é um sentimento'”.

Mariele Gazzolan – Curso de Nutrição
“Uma experiência imensamente gratificante, que me proporcionou intensos aprendizados por meio de vivências e por troca de experiências. Nas oficinas que administrei germinei muitas sementes nos corações dos moradores de Silvanópolis, buscando gerar trabalho e renda e, além disso, vi florescer grandes laços de amizades. Momentos de muita gratidão, crescimento pessoal e profissional. O Rondon é realmente uma vasta sala de aula, pois cada rondonista foi capaz de despertar nos moradores um olhar sobre nosso Brasil, que todos nós somos capazes, se unidos, germinar sementes para um BRASIL MELHOR! Me orgulho por ser rondonista. Minhas oficinas de culinária e nutrição foram preparadas com muita dedicação e as receitas foram elaboradas com temperos especiais: mini pizzas recheadas de amor, cucas italianas cobertas por carinho e bolinhos de ternura embalados com muito desempenho e empreendedorismo”.

Sarah e Kellen na oficina de Educação Ambiental.

Kellen Morandi da Silva – Curso de Engenharia Ambiental 
“O Projeto Rondon foi um divisor de águas na minha vida: existiu a Kellen antes do Rondon e existe a Kellen pós Rondon. Não é à toa que levamos escrito na camiseta “Lição de vida e de cidadania”. Como estudante, cidadã e futura profissional, essa experiência me fez refletir sobre o que eu posso e devo fazer pra ajudar as pessoas e tornar o meu país melhor. Aprendemos muito mais que pudemos ensinar, foi uma troca mútua de conhecimento, carinho, lições, sorrisos, lágrimas, gestos, abraços e amor! Doamos-nos por inteiro nos 12 dias que estivemos em Silvanópolis e nos despedimos com a sensação de dever cumprido e o coração apertado. Como um colega falou: Rondon é sentimento, por isso é inexplicável! Serei grata eternamente por essa oportunidade de, acima de tudo, me tornar uma pessoa melhor”.

Anelise no curso básico de massoterapia.

Anelise Trindade Ramos – Curso de Medicina Veterinária 
“Foram duas semanas em Silvanópolis, com muito calor. Caminhávamos bastante e tínhamos atividades nos três turnos. Estávamos alojados em uma casa de três quartos em 19 pessoas até então desconhecidas. Passaria por tudo isso novamente, pois o povo – que era muito simples – nos oferecia o que tinham de melhor por estarmos ali tentando ajudar. Foi muito bom estar atuando na área da minha graduação: a conversa sobre atualidades no manejo do gado, por exemplo, me fez aprender tanto quanto ensinar, visto as diferenças geográficas e climáticas que interferem na criação dos animais e, também, considerando a empolgação dos participantes em aprender. Outra atividade que contribuí foi administrar um curso básico de massoterapia: me motivava ver as pessoas dedicadas a aprender e afirmando que, após o curso, iriam trabalhar nesta atividade. O convívio com a equipe da Unicamp também colaborou para o sucesso da operação. A minha participação no Projeto Rondon foi além das expectativas”.

Débora, Sarah e Laís na oficina Saúde do Idoso.

Débora Nunes Pinto – Curso de Enfermagem
“Estar no Projeto Rondon era um grande sonho e esse ano tive a oportunidade de realizá-lo. Essa experiência superou todas minhas expectativas. Levei na bagagem para Silvanópolis o meu conhecimento e juntamente com a comunidade pude construir novos saberes. Realizamos um intercâmbio de ideias e foi uma grande satisfação poder estar com todos, que nos receberam muito bem. Acredito que o Projeto Rondon – Operação Tocantins permitiu plantar pequenas sementes na vida de cada pessoa e isso me traz sentimentos de alegria em saber que tive o privilégio de fazer a diferença para alguém. Vou levar esse aprendizado comigo, pois foi extremamente importante para minha vida enquanto estudante, profissional e pessoa”.

Sarah Weber – Curso de Ciências Biológicas
“A experiência no Rondon foi muito enriquecedora e gratificante. O exercício de cidadania que o projeto proporciona é impagável. Nunca me senti tão completa e realizada como professora e como pessoa. Com a ajuda dos demais rondonistas, pude participar de oficinas como as de origami e de inglês (para crianças), educação sexual (para adolescentes), prevenção de acidentes com animais peçonhentos (comunidade em geral), técnicas para abordar o tema Meio Ambiente em sala de aula (para professores), entre outras. Espero que nossas histórias possam inspirar muitos outros universitários a saírem de sua zona de conforto e irem, como diz o próprio slogan do projeto, conhecer esse “Brasil que está além dos livros”, e que enche de emoção e vivência qualquer um que vá até ele! Eu já acreditava que é nosso dever compartilhar os conhecimentos da universidade de uma forma que ele possa causar impacto social… depois do Rondon, percebi que ser a “ponte” para o acesso a esse conhecimento permite que as pessoas exerçam seus direitos mais básicos de forma digna”.

Laís Duarte Corrêa – Curso de Serviço Social
“Contribuir com a reflexão, o desenvolvimento de habilidades e a superação de dificuldades por meio das oficinas realizadas no Rondon, foi gratificante. O povo silvanopolino, além de acolhedor, é solidário. O que um tinha aprendido ou feito, tinha que ser compartilhado com o outro. Assim, em cada oficina que realizamos, deixamos sementinhas que já estavam sendo distribuídas pela cidade. Participar do Rondon foi uma oportunidade onde, mais do que compartilhar conhecimentos que adquirimos ao longo do curso e da vida, nós aprendemos. Esse aprendizado reafirmou que a construção de uma sociedade mais justa e igualitária se faz coletivamente, e que nessa construção, o resgate da função social das universidades é imprescindível. Posso dizer que, participar do Rondon fechou com “chave de ouro” a graduação, e mais do que agregar à formação acadêmica, agregou à vida”.

Luísa Nunes de Sousa – Curso de Direito

Na aula de Zumba, Luísa vivenciou a integração com a comunidade.

“A Operação Tocantins foi repleta de troca de experiências, de carinho, histórias, lágrimas, mas também cheia de sorrisos. Nossa equipe se tornou uma família, juntamente com a comunidade do município: a solidariedade foi uma ação constante. Hoje me vejo uma cidadã diferente: antes do Rondon minhas concepções eram totalmente diferentes das quais tenho hoje. Pude ver que o ser humano ainda consegue sorrir, consegue acolher, amar e ter esperança de que o amanhã poderá ser melhor. Meu coração se enche de saudade, e ao mesmo tempo de alegria ao relembrar do sorriso das crianças aprendendo um passo novo de ballet; da empolgação, do orgulho e do brilho nos olhos ao final da oficina de artesanato, onde os participantes puderam ver o resultado de sua criatividade e trabalho; relembrar das risadas e da integração com a comunidade na Zumba, ou ainda ouvir as crianças dizendo que queriam ser como nós quando crescessem. Esses são alguns dos momentos que vivenciamos no Rondon, projeto este que é uma mistura de sentimentos: é alegria, compaixão, solidariedade, saudade, carinho… Rondon é amor, que não cabe no peito. Semeamos uma sementinha no coração dos cidadãos de Silvanópolis. Torço muito para que esta semente cresça e desenvolva muitos frutos para um futuro melhor”.

Fotos: acervo pessoal dos estudantes