Levantamento criado por acadêmicos de Medicina Veterinária avalia situação de animais idosos.

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 21/02/2017 | Editado em 12/04/2018
Chapolin acompanha o trabalho dos acadêmicos Felipe Esteves e Alessandra Gugel. Apesar da pouca idade, o animal de estimação de Felipe deverá ser beneficiado, no futuro, com a pesquisa dos estudantes.

Iniciativa surgiu no ambiente de ensino e foi disseminada pela Internet. Questionário já foi respondido por pessoas de 12 estados.

Com o passar do tempo, a idade avançada implica em cuidados ampliados. Assim como em humanos, os animais também precisam de atenção redobrada durante a fase idosa. A preocupação com a Geriatria Animal levou a professora Marcele Sousa Vilanova a levantar o tema entre seus alunos na disciplina de Introdução à Medicina Veterinária.

O desejo por aprofundar o assunto e até mesmo a intenção de atuar futuramente na especialidade fizeram com que os acadêmicos Alessandra Gugel e Felipe Esteves utilizassem o período de férias da graduação para colocar em prática um levantamento a respeito da saúde e da qualidade de vida do animal de estimação com idade avançada. Por meio da coleta de dados sobre a vida e hábitos desses animais, os alunos acreditam que os indicadores poderão auxiliar no desenvolvimento de tratamentos e programas de saúde adequados para esses animais.

“Há uma grande preocupação, por parte dos tutores, com a vida infantil de seus animais, período no qual as visitas ao médico veterinário são mais frequentes em função das vacinas e prescrição de vermífugos. Com o avançar da idade, essa frequência diminui e, em muitos casos, o retorno ao médico veterinário ocorre pelo aparecimento de quadros patológicos”, contextualiza a professora Marcele, lembrando que o acompanhamento deveria se dar em todas as etapas de vida do pet.

Em princípio, os acadêmicos que propuseram o levantamento se empenham em ampliar a distribuição da pesquisa, especialmente entre usuários de redes sociais. Atualmente, cerca de 300 tutores responderam o questionário sobre animais idosos. A amostra conta com informações de participantes de todo país. Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo apresentam as maiores participações, mas ao todo, pessoas de 12 estados já responderam o levantamento, conforme o acadêmico Felipe Esteves.

“Após alcançarmos um número de respostas que dê conta de criar uma amostra satisfatória de animais idosos, a tabulação e análise dos dados vai tentar traçar um perfil desses animais”, relata o estudante.

Com a aplicação do questionário, será possível criar um panorama mais claro sobre a realidade dos animais domésticos idosos. Conforme a professora Marcele, com os dados compilados, novos desdobramentos do projeto podem ocorrer, entre eles, uma fase de campo, buscando dados sobre as principais causas que levam os animais da terceira idade consultarem com os médicos veterinários. A ideia é promover uma rede de discussões, embasadas em dados estatísticos, sobre a saúde e bem-estar dos animais idosos. Felipe reforça ainda a ideia de criar um publicação que reúna trabalhos sobre geriatria animal.

Sala de aula que instiga a criação de projetos

A falta de um conteúdo abundante na área da geriatria veterinária despertou o interesse e a curiosidade dos dois estudantes da Medicina Veterinária. A partir do ensino, projetos como o levantamento proposto pelo acadêmicos tomou vida. Se a temática surgiu no âmbito das aulas, o interesse por atuar com pets e geriatria se tornou um desafio.

“Todos os animais vão envelhecer, alguns vão desenvolver determinadas doenças, outros não, mas o acompanhamento regular de um veterinário na fase geriátrica do animal, independente do seu estado de saúde, garante o bem-estar e a qualidade de vida do pet e do proprietário”, reforça Felipe.

No caso de Alessandra Gugel, o fato de ter convivência com animais idosos e ter acompanhando o surgimento de problemas relacionados à idade deles influenciou na reflexão e no interesse pelo assunto.

“Acompanhei desde cedo o crescimento e envelhecimento de alguns animais que viviam na minha casa. Atualmente, esses animais encontram-se com 11, 12 e 13 anos, um outro acabou falecendo com 15 anos de idade”. Alguns desses animais que a estudante tem convivência também apresentam dificuldades relacionadas à idade como, por exemplo, problemas articulares e mudanças comportamentais.

Foto: Claudia Velho