Estudo: filtros antimicrobianos poderão reduzir em até 95% a circulação do novo Coronavírus

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 15/02/2021 | Editado em 18/02/2021

Convênio para desenvolver o equipamento foi assinado entre a UCS, no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais, e Plasmar Tecnologia, empresa ligada ao TecnoUCS.

Desde o ano passado, a Universidade de Caxias do Sul empenha-se em variadas frentes para desenvolver e colocar em prática iniciativas de enfrentamento à Covid-19.

No âmbito da pesquisa, um dos trabalhos em fase de estudos tem potencial de modificar fortemente o cenário de transmissão da doença. É o desenvolvimento de filtros antimicrobianos para uso em ambientes fechados, como ônibus, hospitais e lares de idosos, que podem reduzir em até 95% a circulação do vírus nesses espaços.

A pesquisa é desenvolvida desde meados de 2020 no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais, sob a coordenação dos pesquisadores do PPGMAT Alexandre Fassini Michels e César Aguzzoli, e envolve, no total, três professores da área das Exatas, uma pós-doutoranda e dois acadêmicos do curso de Engenharia Química.

Túnel de Vento do Laboratório de Ensaios Mecânicos (LAMEC) da UCS, onde ocorrem avaliações experimentais dos elementos filtrantes.

Convênio, firmado em janeiro deste ano entre a UCS e a Plasmar Tecnologia, empresa de base tecnológica e instalada no TecnoUCS, para o desenvolvimento dos filtros antimicrobianos, promete fazer avançar o trabalho no intuito da obtenção de um produto com eficácia comprovada cientificamente e que seja viável economicamente, tanto na produção do filtro quanto para o consumidor.

Os esforços dos pesquisadores da UCS, agora unidos à Plasmar Tecnologia, estão direcionados para desenvolver e fabricar os elementos filtrantes de ar para sistemas de ar condicionado e recirculação convectiva de ar com ação antiviral para o SARS-CoV-2 (novo Coronavírus). O objetivo é a redução de pelo menos 95% da carga viral em ambientes fechados, como, por exemplo, ônibus, frigoríficos, aeronaves, salas de hospital, lares de idosos, salas comerciais e galpões industriais.

A etapa inicial consiste em levantamento bibliográfico, triagem de ideias, definição e desenvolvimento do produto. Os recursos necessários à pesquisa advêm de projeto encaminhado pela Plasmar à FINEP, Financiadora de Estudos e Projetos.

“A proposta é utilizar nossas expertises em ciência e engenharia de materiais para obter e produzir um material que impeça que bactérias e vírus se proliferem. Com a passagem do ar pelo material que estamos desenvolvendo, haverá eliminação dos vírus e bactérias que estão presentes em ambientes confinados”, complementa César Aguzzoli, um dos pesquisadores à frente da iniciativa.

Os pesquisadores esclarecem que, como o elemento filtrante com ação antiviral é uma inovação de nível mundial, o produto deverá ser aprovado tanto nos aspectos relacionados à mecânica dos fluídos como em testes biológicos antivirais, além de apresentar compatibilidades com os filtros existentes no mercado. “Para o desenvolvimento, o produto requer a atuação de uma equipe multidisciplinar, pois envolve aspectos do conhecimento de engenharia mecânica e química, ciências biológicas, ciência dos materiais, dentre outras áreas do conhecimento”, complementa o docente e pesquisador Alexandre Fassini Michels.

A Plasmar Tecnologia é pioneira na nitretação a plasma no estado e atua no segmento de tratamentos de superfícies e revestimentos a plasma desde 2009. Devido ao caráter de empresa inovadora, que rendeu reconhecimentos, atualmente investiu na área de materiais antimicrobianos para ajudar no desenvolvimento de soluções simples e econômicas capazes de reduzir a carga viral em superfícies e ambientes fechados.

Benefícios sociais diretos

Impacto sanitário: a atividade antiviral do elemento filtrante pode reduzir ou mesmo eliminar a carga viral em ambientes fechados, o que diminui a taxa de transmissão do SARS-CoV-2. Instalados em hospitais e lares de idosos, os dispositivos evitariam a infecção intra-hospitalar e a exposição de um importante grupo de risco ao vírus.

Impacto econômico: a redução e eliminação da carga viral em ambientes fechados resulta na segurança necessária para a retomada da economia em termos comerciais, industriais e turísticos. De imediato, os estabelecimentos poderiam aumentar sua capacidade de lotação. Da mesma maneira, o transporte público e/ou coletivo se tornaria mais seguro à população, gerando um ‘novo normal’ de maior atividade.