Estudo: filtros antimicrobianos poderão reduzir em até 95% a circulação do novo Coronavírus
Convênio para desenvolver o equipamento foi assinado entre a UCS, no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais, e Plasmar Tecnologia, empresa ligada ao TecnoUCS.
Desde o ano passado, a Universidade de Caxias do Sul empenha-se em variadas frentes para desenvolver e colocar em prática iniciativas de enfrentamento à Covid-19.
No âmbito da pesquisa, um dos trabalhos em fase de estudos tem potencial de modificar fortemente o cenário de transmissão da doença. É o desenvolvimento de filtros antimicrobianos para uso em ambientes fechados, como ônibus, hospitais e lares de idosos, que podem reduzir em até 95% a circulação do vírus nesses espaços.
A pesquisa é desenvolvida desde meados de 2020 no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais, sob a coordenação dos pesquisadores do PPGMAT Alexandre Fassini Michels e César Aguzzoli, e envolve, no total, três professores da área das Exatas, uma pós-doutoranda e dois acadêmicos do curso de Engenharia Química.
Convênio, firmado em janeiro deste ano entre a UCS e a Plasmar Tecnologia, empresa de base tecnológica e instalada no TecnoUCS, para o desenvolvimento dos filtros antimicrobianos, promete fazer avançar o trabalho no intuito da obtenção de um produto com eficácia comprovada cientificamente e que seja viável economicamente, tanto na produção do filtro quanto para o consumidor.
Os esforços dos pesquisadores da UCS, agora unidos à Plasmar Tecnologia, estão direcionados para desenvolver e fabricar os elementos filtrantes de ar para sistemas de ar condicionado e recirculação convectiva de ar com ação antiviral para o SARS-CoV-2 (novo Coronavírus). O objetivo é a redução de pelo menos 95% da carga viral em ambientes fechados, como, por exemplo, ônibus, frigoríficos, aeronaves, salas de hospital, lares de idosos, salas comerciais e galpões industriais.
A etapa inicial consiste em levantamento bibliográfico, triagem de ideias, definição e desenvolvimento do produto. Os recursos necessários à pesquisa advêm de projeto encaminhado pela Plasmar à FINEP, Financiadora de Estudos e Projetos.
“A proposta é utilizar nossas expertises em ciência e engenharia de materiais para obter e produzir um material que impeça que bactérias e vírus se proliferem. Com a passagem do ar pelo material que estamos desenvolvendo, haverá eliminação dos vírus e bactérias que estão presentes em ambientes confinados”, complementa César Aguzzoli, um dos pesquisadores à frente da iniciativa.
Os pesquisadores esclarecem que, como o elemento filtrante com ação antiviral é uma inovação de nível mundial, o produto deverá ser aprovado tanto nos aspectos relacionados à mecânica dos fluídos como em testes biológicos antivirais, além de apresentar compatibilidades com os filtros existentes no mercado. “Para o desenvolvimento, o produto requer a atuação de uma equipe multidisciplinar, pois envolve aspectos do conhecimento de engenharia mecânica e química, ciências biológicas, ciência dos materiais, dentre outras áreas do conhecimento”, complementa o docente e pesquisador Alexandre Fassini Michels.
A Plasmar Tecnologia é pioneira na nitretação a plasma no estado e atua no segmento de tratamentos de superfícies e revestimentos a plasma desde 2009. Devido ao caráter de empresa inovadora, que rendeu reconhecimentos, atualmente investiu na área de materiais antimicrobianos para ajudar no desenvolvimento de soluções simples e econômicas capazes de reduzir a carga viral em superfícies e ambientes fechados.
Benefícios sociais diretos
Impacto sanitário: a atividade antiviral do elemento filtrante pode reduzir ou mesmo eliminar a carga viral em ambientes fechados, o que diminui a taxa de transmissão do SARS-CoV-2. Instalados em hospitais e lares de idosos, os dispositivos evitariam a infecção intra-hospitalar e a exposição de um importante grupo de risco ao vírus.
Impacto econômico: a redução e eliminação da carga viral em ambientes fechados resulta na segurança necessária para a retomada da economia em termos comerciais, industriais e turísticos. De imediato, os estabelecimentos poderiam aumentar sua capacidade de lotação. Da mesma maneira, o transporte público e/ou coletivo se tornaria mais seguro à população, gerando um ‘novo normal’ de maior atividade.