Projeto Rondon: no retorno de Jaraguari, lembranças e experiência para a vida toda.

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 03/08/2018 | Editado em 11/09/2018




Depois de mais de 15 dias de viagem, acadêmicos e professores da UCS relatam cotidiano no município do Mato Grosso do Sul.

A bagagem voltou cheia. Não se trata, porém, de mais malas, roupas ou outros artefatos, mas de novas experiências de vida e aprendizados. Essa sensação marcou o retorno dos estudantes da UCS que participaram da Operação Pantanal do Projeto Rondon 2018, no município de Jaraguari, no Mato Grosso do Sul, no mês de julho. Atuando em conjunto com a equipe da UNESP de Araçatuba, os acadêmicos promoveram atividades para estimular o desenvolvimento da comunidade local, como oficinas, cursos e ações, planejadas a partir das demandas e da realidade da população local.

“Desenvolvemos uma série de atividades na sede municipal e em mais cinco comunidades do interior, onde reside a maioria dos habitantes. Tivemos algumas dificuldades com a presença de público e na operacionalização de algumas atividades, visto que foi necessário reorganizar por diversas vezes a sequência e a quantidade de ações que seriam desenvolvidas em um mesmo turno ou dia, buscando potencializar a presença da comunidade”, explica o professor Michel Mendes, um dos dois professores que coordenaram as atividades pela UCS. Além dele, a professora Gisele Cemin também acompanhou o grupo da Universidade.

Apesar das dificuldades, Michel considera que a equipe promoveu as atividades que o momento permitiu e acredita que o trabalho realizado possibilitará melhorias na qualidade de vida da comunidade de Jaraguari.

Com apoio do poder público local, a equipe da UCS atuou na promoção de melhorias do processo de compostagem (tendo como matéria-prima resíduos de peixe) e no próprio reaproveitamento do peixe. Os acadêmicos propuseram ainda atividades de replanejamento financeiro e físico dos espaços visitados.

“Foi possível visualizar a movimentação da equipe, a união das áreas de conhecimento e a capacidade de reorganizar o espaço com aquilo que existe no momento”, destaca Gisele, ressaltando que as oito atividades propostas pelo grupo atingiram diretamente mais de mil pessoas.

Quando o ensino vira aprendizado
O acadêmico de Arquitetura e Urbanismo Valdinei J. A. Garcia Junior, de 23 anos, integrou o grupo da UCS em Jaraguari. Ele destaca que além de ser uma experiência acadêmica ou profissional, o projeto é uma experiência pessoal. Para ele, a organização prepara os estudantes para oficinas, mas não se compara à realidade encontrada; desde os imprevistos que surgiram até os laços criados. São essas situações que trazem um crescimento pessoal. “Foi uma oportunidade de conhecer, com todos os sentidos, realidades das quais muitas vezes só ouvimos falar. Isso acaba refletindo-se nos estudos e no trabalho. É uma experiência inesquecível. Chegar ao final da Operação e lembrar a quantidade de coisas que vimos, ouvimos e aprendemos é fantástico. O sentimento de gratidão por ter feito parte de um projeto tão grande é imenso”.

Para a acadêmica Bruna De Toni, do curso de Ciências Biológicas, do Campus Universitário da Região dos Vinhedos (CARVI), as atividades do Projeto Rondon impactaram de forma bastante intensa no seu cotidiano em Jaraguari. “A Operação me fez chorar, sorrir, cair, levantar. Foram todos os sentimentos vividos intensamente. Foi uma lição de vida e de amor”.  O significado dessa experiência vai ficar marcado na jovem estudante, que a guardará em sua memória de um modo bastante afetivo. “Voltei do Rondon acreditando mais em mim, na minha capacidade de trabalhar em equipe e de contornar situações inesperadas. Quando se fala em Projeto Rondon e no seu significado, as pessoas te olham de um modo diferente pois valorizam muito essa experiência”.

O sentimento de mudança pessoal destacado por Bruna também se observa em Indiana Pedroso Facchin. A estudante de Engenharia Civil considera que o projeto a auxiliou no autoconhecimento e na autoconfiança e também descreve a recepção da comunidade como bastante afetiva. “Não voltei a mesma, tem algo diferente em mim. O projeto despertou sentimentos que não conhecia e que não sabia que poderiam existir. Fui com a intenção de capacitar e agregar algo a mais na vida da comunidade, mas o que eu não esperava era a bagagem que traria de volta; bagagem de amor, autoconhecimento e uma força indescritível”.

No final, todos os rondonistas descobrem que, embora se engajem numa operação para auxiliar a comunidade local e criar ações para integrar a população, a contrapartida é uma só: aprendizado que fica para a vida toda.

Fotos: Equipe da UCS na Operação Pantanal