Pesquisadores monitoram condições climáticas no Vale do Caí para orientar citricultores.

Pesquisadores do Centro de Ciências Agrárias e Biológicas iniciaram mais uma etapa do projeto que irá contribuir para solucionar um problema que vem causando a quebra na produção da citricultura na região do Vale do Caí. Desde o mês de setembro, eles monitoram o clima na região com o objetivo de verificar as condições em que se dissemina o fungo causador da "pinta preta", doença que afeta a citricultura.

O monitoramento climatológico faz parte da pesquisa sobre o controle das fitopatologias incidentes na região, iniciada em março deste ano. A equipe, coordenada pelo professor Gabriel Fernandes Pauletti (na foto, o segundo à esquerda) já implantou uma estação climatológica no interior de Montenegro e, até o final deste mês, deverá instalar uma segunda unidade em São Sebastião do Caí, na sede da unidade universitária.

Com base nos dados sobre as condições climáticas será possível identificar os meses de maior incidência do fungo e apontar as medidas necessárias tanto para a prevenção da praga como para o tratamento das plantas.

Além das estações climatológicas, os pesquisadores terão o auxílio de mais um equipamento, a armadilha "caça-esporos", a ser instalado ainda no mês de outubro, e que será capaz de identificar a presença de esporos do fungo antes mesmo da infecção da planta. O equipamento será instalado na cidade de Montenegro e fará a coleta dos esporos durante as 24 horas do dia. Através do cruzamento dos dados da estação climatológica e do "caça-esporos", os pesquisadores poderão identificar quando e em que condições ocorre a reprodução do fungo (esporulação) e o consequente ataque às plantas. A intenção é disponibilizar os dados aos citricultores, para que eles possam aplicar os defensivos no momento mais propício.

A pesquisa é resultado de uma parceria com a Secretaria Estadual da Ciência e Tecnologia, a partir de uma demanda do Conselho Regional de Desenvolvimento da Região (Corede) do Vale do Caí e beneficiará ao setor da citricultura, que se destaca nacionalmente pela produção de citros destinados para consumo in natura. Mais de 4 mil pequenas propriedades rurais no Vale do Caí baseiam sua produção na citricultura. Na foto à direita, cedida pela Cooperativa Ecocitrus, detalhe da plantação do citricultor Maique Konrad Kochenborger, que produz citros nos 35 hectares da propriedade da família, situada na localidade de Lajeadinho, em Montenegro.

A foto dos pesquisadores da UCS é de Vagner Roberto Petefi