Laboratório de Microbiologia auxilia no diagnóstico da tuberculose

A doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões é antiga, mas ainda merecedora de alerta mundial. A tuberculose, causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch, nunca deixou de ser uma preocupação para a humanidade e, com o surgimento da AIDS, muitos pacientes foram acometidos pela doença. Só no Brasil, 20% dos pacientes com AIDS têm tuberculose (neste ano, em Caxias do Sul, são 40% dos casos).

Na UCS, o trabalho envolvendo a tuberculose tem um aliado: o Laboratório de Microbiologia Clínica (LMC), especializado no diagnóstico da tuberculose e que funciona junto ao Centro de Ciências da Saúde. O laboratório está equipado dentro dos modernos preceitos técnicos e legais para atender ao setor público e privado. É reconhecido pela Rede Metrológica do Rio Grande do Sul e realiza atualmente exames de pacientes de municípios da região. Em um ano e meio, segundo a coordenadora, professora Cláudia Wollheim, “foram realizados 1.200 exames para diagnóstico e controle de tuberculose. Podemos ampliar nossos serviços a outros municípios da região. O exame laboratorial é crucial para o diagnóstico e controle. Atualmente está ocorrendo a descentralização das atividades de controle da tuberculose para as Unidades Básicas de Saúde municipais, em consonância com as diretrizes do Programa Nacional de Tuberculose”.

Cultura do bacilo
O LMC faz a cultura do bacilo, indicada para os suspeitos de tuberculose pulmonar negativos ao exame direto de escarro e para os casos de doença extrapulmonar. A cultura é mais sensível que o método convencional, realizado com lâminas (baciloscopia), e possibilita a identificação da bactéria, bem como a realização do teste de sensibilidade aos antituberculostáticos.

Para o superintendente Regional da área da tuberculose da 5ª Coordenadoria Regional da Saúde, José Carlos Nicoletti, a realização da cultura do bacilo é importante para o procedimento médico em relação à doença. “Com o tratamento proposto recentemente, todos os pacientes que já o abandonaram, fizeram o retratamento ou ainda entraram em falência do tratamento, precisam fazer a cultura do bacilo. A Coordenadoria já orientou os municípios que encaminhem o serviço à UCS, porque a resposta é rápida”.

Segundo Nicoletti, a região - a Coordenadoria abrange 48 municípios – registra em média 230 casos de tuberculose por ano. Desses, 50% são de Caxias do Sul. São 21 casos novos para cada 100 mil habitantes e, no Estado, são mais de 40 casos para cada 100 mil habitantes. “Nossa meta é realizar 10 mil exames por ano na primeira amostra e estamos conseguindo fazer somente de 2.500 a 3 mil. Os municípios precisam investigar os seus pacientes”, enfatiza.

Ensino e pesquisa
Os alunos dos cursos da área da saúde da UCS também estão sendo beneficiados com a implantação do LMC. Cláudia Wollheim explica que a realização desses exames de rotina oferecem apoio às aulas práticas, qualificando o ensino e também a pesquisa. O LMC está desenvolvendo o projeto “Características laboratoriais e epidemiológicas de pacientes com tuberculose no município de Caxias do Sul”, em parceria com o laboratório de HIV/AIDS da UCS e o Laboratório Central do Estado do Rio Grande do Sul - LACEN”.

O LMC oferece exames microbiológicos de apoio à prevenção, ao diagnóstico e a terapia de doenças infecciosas, sobretudo às de natureza bacteriana. Também realiza exames relacionados à doenças oculares externas e da córnea, incluindo coleta por equipe técnica treinada, com o objetivo de agregar precisão ao diagnóstico clínico. O laboratório presta serviços para estabelecimentos de saúde, incluindo hospitais, clínicas odontológicas, centros médicos e de estética, referente a controle biológico dos processos de esterilização (autoclave e forno de Pasteur).

Fotos: Jonas Ramos