MANEJO SUSTENTÁVEL

Universidade integra Rede Brasileira para Polinização de Canola.

A polinização é um dos principais mecanismos de manutenção e promoção da biodiversidade no planeta Terra. Muitas plantas agrícolas utilizadas como alimentos ou plantas utilizadas na indústria farmacêutica dependem da polinização por insetos ou de outros animais para produzir frutos e sementes.

Pensando na manutenção da diversidade de polinizadores, uma parceria interinstitucional entre a UCS, a PUCRS e a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) deu origem à Rede Brasileira para Polinização de Canola, que conta com apoio do Ministério do Meio Ambiente, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).

A Rede visa oferecer uma abordagem sistêmica que permita a consolidação, difusão e aplicação de conhecimentos relacionados à polinização da canola, uma oleaginosa com potencial de incorporação nos sistemas de produção de grãos no Brasil. O óleo de canola (alimento funcional) possui baixo teor de gorduras saturadas, é um recurso de Ômega-6, Ômega-3, vitamina E e gordura monossaturada para humanos. Constitui-se ainda em excelente opção de cultivo para formulação de rações ricas em proteína para animais e para a produção de biodiesel.

A Rede Brasileira para Polinização de Canola, segundo a professora Rosane Maria Lanzer, do Centro de Ciências Agrárias e Biológicas e responsável pelo projeto na UCS, tem vários objetivos "os quais podem ser resumidos na relevância dos polinizadores na produtividade da canola e fatores ecológicos e econômicos relacionados ao serviço ambiental dessa polinização".

A Rede propõe subsídios para o manejo sustentável de polinizadores da canola e da paisagem na qual a cultura está inserida, visando à redução do déficit de polinizadores e o aumento da produtividade agrícola, com o mínimo de impacto ambiental. Serão beneficiados pela Rede os agricultores que cultivam canola em sistema de agricultura familiar nas regiões Central, Nordeste e Noroeste do Rio Grande do Sul, no âmbito de convênios com empresas produtoras de óleos vegetais e biodiesel.

A Rede tem, como focos das pesquisas, a Biologia floral e interações de polinização; a diversidade de insetos polinizadores de canola e sua relação com a paisagem; e o impacto dos insetos polinizadores nativos e manejados na produtividade de canola.

Diversidade
Pela Rede, a UCS desenvolve o subprojeto "Diversidade de insetos polinizadores de canola e sua relação com a estrutura da paisagem". Rosane explica que o objetivo desse subprojeto é relacionar a diversidade dos insetos associados ao cultivo de canola ao mosaico da paisagem do entorno. Essa paisagem está classificada e mensurada com auxílio de um Sistema de Informação Geográfica, e a partir da relação com a diversidade contribui com a conservação dos insetos polinizadores". A equipe da UCS fez levantamentos a campo – nos municípios de Esmeralda, Estrela e Guarani das Missões – e dá início à análise da relação com a biodiversidade dos insetos polinizadores a partir dos dados fornecidos pelos pesquisadores da PUCRS e da Fepagro.

A paisagem encontrada nas regiões analisadas "é de uma agricultura intensiva, com fragmentos de florestas e outros tipos de áreas naturais. Entre as metas do projetos está o de verificar se essa paisagem favorece ou não a polinização", adianta a professora.

O trabalho desenvolvido pela UCS na Rede envolve alunos e egressos do curso de Ciências Biológicas da Cidade Universitária e do CARVI, e os professores Alois Eduard Schäfer, do Centro de Ciências Agrárias e Biológicas e Wilson Sampaio de Azevedo Filho, do Centro de Ciências Exatas, da Natureza e de Tecnologia.

Fotos: Sabrina Maurer Schuh e Renan Saggin