Bioinformática: uma ciência interdisciplinar.

Pesquisas na área da Bioinformática contribuem para o aumento do conhecimento biológico por meio da análise da informação genética.

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Pode parecer estranho duas áreas aparentemente distintas, como a Biologia e a Informática, complementarem-se. Na verdade, uma necessita da outra, principalmente quando o assunto é Bioinformática. "Em poucas e simples palavras, Bioinformática é uma ciência nova e interdisciplinar que resolve questões biológicas utilizando técnicas computacionais", explica a professora Scheila de Avila e Silva, do Campus Universitário de Vacaria, que atua em pesquisas em Bioinformática há quase dez anos.

Um exemplo da aplicação da Informática na Biologia - com informações biológicas depositadas em bancos de dados -, são os estudos do genoma responsável por carregar as informações hereditárias dos organismos. Para se ter uma ideia, o genoma humano contém a presença de 20 a 25 mil genes, que geram cerca de 400 mil proteínas. "Hoje estão disponíveis sequências genômicas completas ou parciais de mais de 2,3 mil espécies bacterianas, por exemplo. São mais de 126 bilhões de pares de bases catalogados. Entretanto, apesar da quantidade de dados e informações sobre genomas, proteínas e funções metabólicas, ainda há muito conhecimento a ser ampliado sobre a organização, evolução, expressão e participação da informação genética na determinação dos fenótipos, que resultam da expressão dos genes dos organismos", explica a professora do Instituto de Biotecnologia Ana Paula Longaray Delamare, que coordena o Núcleo de Pesquisa em Bioinformática.








Primeiros passos com a Iniciação Científica

A carreira acadêmica da professora Scheila foi construída praticamente por meio da atuação em pesquisa em Bioinformática. Ela iniciou nessa área ainda na graduação em Ciências Biológicas na UCS, em 2003, orientada pelo professor Günther Gerhardt, quando era bolsista de iniciação científica. Após a graduação, ela ingressou no mestrado em Computação Aplicada na Unisinos, atuando ainda com
Bioinformática, tema-foco dos seus estudos também no
Doutorado em Biotecnologia da UCS.
Dessa forma, pôde aliar conhecimentos da Biologia e da Informática.

Atualmente, ela trabalha com um banco de dados que desenvolveu (conteúdo-base da patente depositada pelo NP em Bioinformática). "Basicamente, o que eu faço é pegar uma determinada região do DNA de uma bactéria e fornecer a probabilidade dela ser promotora de um gene ou não. Isso é importante, pois a manutenção da vida de um organismo depende da expressão correta dos genes. Assim, compreender os mecanismos da expressão dos genes contribui para o desenvolvimento de fármacos, de defensivos agrícolas mais específicos, do entendimento das doenças, dos mecanismos de adaptação, entre outros assuntos", esclarece.

Os passos da professora Scheila estão sendo percorridos por três bolsistas de iniciação científica. Entre eles, está Tahila Andrighetti, do curso de Ciências Biológicas. Ela é bolsista de iniciação científica há cinco anos, tempo que está envolvida com pesquisas em Bioinformática. No Encontro de Jovens Pesquisadores da UCS, realizado no final de outubro, seu trabalho: "Reconhecimento e predição de promotores reconhecidos pelo fator sigma 24 de E. coli, utilizando diferentes características da sequência", foi indicado como destaque pela equipe de avaliadores do evento.

"Confesso que no início eu me senti um pouco insegura, como em todo trabalho que se começa sem conhecer nada. Mas a pesquisa era tão interessante e eu ia aprender tanta coisa, que vi que o esforço certamente valeria a pena", conta a acadêmica que está finalizando a graduação e pretende continuar na pesquisa ingressando em um curso de mestrado.

Fotos: Daniela Schiavo.



Revista ATOS e FATOS - Publicação mensal da Universidade de Caxias do Sul, de caráter jornalístico para divulgação das ações e finalidades institucionais, aprofundando os temas que mobilizam a comunidade acadêmica e evidenciam o papel de uma Instituição de Ensino Superior.

O texto acima está publicado na nona edição da Revista ATOS e FATOS que já circula nos campi e núcleos.

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