Estudante da Engenharia Química ganha Prêmio Petrobras de Tecnologia por trabalho de iniciação científica.

No seu quinto ano consecutivo como bolsista de Iniciação Científica, Felipe Cemin, estudante do último ano da graduação em Engenharia Química, recebeu um reconhecimento importante à sua dedicação à pesquisa. Ele é o ganhador do Prêmio Petrobras de Tecnologia na categoria "Tecnologia de logística e de transporte de petróleo, gás e derivados", subcategoria "graduação". O prêmio visa reconhecer contribuições da comunidade acadêmica brasileira para o desenvolvimento tecnológico da indústria do petróleo nacional. A cerimônia de premiação foi anunciada para o mês de setembro.

O trabalho premiado apresentou os resultados de um projeto de Iniciação Científica realizado no contexto do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência de Materiais. A pesquisa, orientada pelo professor Carlos Alejandro Figueroa, incluiu uma busca bibliográfica que condensou resultados de vinte artigos científicos, livros e dissertações, e um trabalho experimental realizado em laboratórios do PGMAT e da PUC-Rio, todos participantes do Instituto Nacional de Engenharia de Superfícies.

De acordo com o professor Figueroa, o Felipe, que já estava realizando o trabalho, enxergou no prêmio uma oportunidade e tomou a iniciativa de aprofundar a pesquisa, trazendo novos dados e redigindo o projeto para enviar à Petrobras. "Ele se comprometeu e se dedicou do início até o fim, e realizou um trabalho que o fez crescer. Eu ajudei, revisei, corrigi, orientei. Resumindo, este é um excelente exemplo da simbiótica interação do orientando-orientador, onde comprometimento e foco no trabalho em conjunto são o mais importante", declara o professor.

Após cinco anos trabalhando com pesquisa em Engenharia de Superfícies, em interação com mestrandos, doutorandos, pós-docs e professores ligados ao Programa, Felipe exibe no seu currículo Lattes uma produção científica destacada. Ele participa como autor de cinco artigos publicados em periódicos científicos internacionais de revisão por pares e de cerca de vinte trabalhos apresentados em congressos.

"O prêmio é um reconhecimento ao desempenho do Felipe como bolsista e como acadêmico do curso de Engenharia Química", declara a professora Rejane Rech, coordenadora do curso de Engenharia Química. "Ele sempre se pautou pela busca do conhecimento e pela excelência ao longo do curso. Mas, além disto, o prêmio serve como motivação aos alunos e professores do curso, de forma que sempre queiramos buscar o melhor", completa.

A pesquisa premiada O trabalho premiado reuniu evidências científicas, bibliográficas e experimentais que impactam o transporte de petróleo por meio de dutos. Partindo da constatação de que é possível superar as dificuldades apresentadas pelo formato cilíndrico dos dutos e revesti-los com filmes DLC (diamon-like carbon) usando uma tecnologia simples, o trabalho confirmou algumas propriedades que o DLC confere aos dutos, como o aumento da sua vida útil e a diminuição do acúmulo de parafina em suas paredes internas. Como resultado final dessa aplicação de DLC em dutos, haveria maior segurança operacional no transporte do petróleo, menor impacto no meio ambiente e redução de custos. "A motivação para participar do Prêmio Petrobras surgiu da ideia de aplicar em uma situação de interesse o conhecimento e a tecnologia que foram gerados nas atividades científicas desenvolvidas no laboratório" - Entrevista com Felipe Cemin. O que o motivou a começar a fazer Iniciação Científica e a repetir a experiência? "Iniciei na pesquisa no segundo semestre do curso de Engenharia Química. Naquela época eu desejava realizar uma atividade prática em paralelo aos estudos, sem que isso comprometesse minha dedicação e o bom rendimento no curso. Com o passar do tempo, aprendi a lidar com a metodologia do mundo acadêmico e com a descoberta de novos conhecimentos e tecnologias. Essa experiência refletiu-se principalmente na mudança da minha forma de pensar e de agir, como um meio de crescimento pessoal e intelectual. Quais foram os principais desafios que a participação no Prêmio Petrobras lhe trouxe? Como os superou? "A motivação para participar do Prêmio Petrobras surgiu da ideia de aplicar em uma situação de interesse o conhecimento e a tecnologia que foram gerados nas atividades científicas desenvolvidas no laboratório. Além dos desafios intrínsecos ao trabalho experimental e à analise de resultados, também foi desafiante a etapa de organização do pensamento, a fim de dar forma ao projeto final que seria enviado à Petrobras". O que você planeja ou gostaria de fazer nos próximos anos? "Termino a graduação em Engenharia Química no final deste ano. Após, pretendo continuar os estudos em algum programa de pós-graduação e realizar atividades de pesquisa científica e tecnológica".

Texto: Verónica Savignano. Fotos: Daniela Schiavo.