Pesquisadores das Ciências Biológicas vão à Antártica monitorar população de pinguins.

Nas fotos: o Navio de Apoio Antártico Ary Rongel, onde ficarão os pesquisadores; um detalhe do acampamento brasileiro na Ilha Elefante; o monitoramento de um grupo de pinguins antárticos; e parte da preparação dos pesquisadores Renata e Matheus, no Rio de Janeiro.

Preparados para o frio de 5°C negativos e a sensação térmica que se aproxima de –20°C, dois professores, um aluno e um egresso do curso de Ciências Biológicas se preparam para seguir para a Antártica. Eles embarcam neste final de semana e seguem para o continente gelado com o objetivo de estudar os pinguins antárticos, espécie encontrada unicamente por lá.

Os professores Matheus Parmegiani Jahn e Renata De Boni Dal Corno devem ficar por cerca de um mês no polo mais gelado do planeta. Juntamente com pesquisadores da Unisinos, eles vão desenvolver estudos relacionados ao monitoramento populacional dos pinguins. Durante os trabalhos, o grupo vai analisar características como a reprodução e alimentação da espécie e a interação dos animais com o ambiente.

Enquanto Matheus e Renata ficarão próximos da base Comandante Ferraz (ver mapa abaixo), em um navio que fica ancorado próximo à Ilha Rei George, o acadêmico Rafael Redaelli e o egresso Gustavo Aver permanecerão por dois meses no acampamento brasileiro na Ilha Elefante. Mesmo atuando em locais distintos, as duplas farão trabalhos complementares.

"Renata e eu visitaremos as ilhas para analisar o comportamento de diferentes grupos de pinguins, e Gustavo e Rafael vão analisar as diferentes fases do ciclo reprodutor de um mesmo grupo", explica o professor Matheus, que também responde pela coordenação do curso de Ciências Biológicas.

A viagem de estudos dos pesquisadores da UCS e da Unisinos é realizada com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), via edital. Neste projeto, eles contam com a parceria do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Antártico de Pesquisas Ambientais (INCT-APA), órgão criado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) "em busca da excelência nas atividades científicas em nível internacional em áreas estratégicas do Plano de Ação 2007-2010 do Programa Ciência, Tecnologia e Inovação para a Antártica, por meio dos programas e instrumentos operacionalizados pelo CNPq e pela FAPERJ".

Além do monitoramento da espécie, os pesquisadores vão realizar a coleta do sangue dos pinguins, com o objetivo de verificar o estresse em populações da espécie. A análise será nos laboratórios da UCS, por meio da avaliação dos índices de glicemia e corticosterona presentes nas amostras. Para realizar as coletas, os pesquisadores deverão fazer o manuseio dos animais.

Para se preparar para a atividade, os pesquisadores passaram por um treinamento militar no Centro de Adestramento da Ilha da Marambaia, RJ, que é mantido pelo Comando-geral do Corpo de Fuzileiros Navais. Durante o treinamento, eles aprenderam técnicas para se locomover em botes e se prepararam para enfrentar as possíveis adversidades de um ambiente não muito propício para a atividade humana. "Esse período é de verão na Antártica, mas se houver a incidência de neve e ventos fortes não teremos condições de sair a campo", projeta Matheus, lembrando que os resultados científicos apurados na pesquisa farão parte de relatórios de pesquisas e demais publicações acadêmicas.