Sociedade Brasileira de Pediatria premia docente da UCS por pesquisa sobre bullying.

Premiação foi entregue no dia 13 de outubro, no Rio de Janeiro, durante o 37º Congresso Brasileiro de Pediatria.

O coordenador do Instituto de Medicina do Esporte e Ciências Aplicadas ao Movimento Humano (IME) e professor dos cursos de Bacharelado e Licenciatura em Educação Física, Ricardo Rodrigo Rech, teve o seu artigo "Prevalência e características de vítimas e agressores de bullying" escolhido como um dos três melhores artigos originais publicados no Jornal de Pediatria durante o ano de 2013, fazendo jus ao Prêmio Academia Brasileira de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria. Ele recebeu o prêmio, no último dia 13, durante a realização do 37º Congresso Brasileiro de Pediatria.

Em seu artigo, o professor procurou verificar a prevalência do bullying (vítimas e agressores) em uma amostra representativa de escolares do sexto ano (de 11 a 14 anos) matriculados no turno diurno das escolas da rede municipal de ensino de Caxias do Sul e verificar as possíveis associações do desfecho com escolaridade da mãe, nível socioeconômico, hábitos sedentários, estado nutricional, insatisfação com a imagem corporal, sexo e idade.

Em sua pesquisa, que faz parte do seu Doutorado em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), o professor Ricardo Rech concluiu que "a imagem corporal e os hábitos sedentários apresentaram associação com vítimas e agressores, e pertencer ao sexo masculino foi mais presente entre os agressores de bullying".

Na fase da adolescência, os jovens sofrem com as diversas mudanças ocorridas em relação ao corpo e à insatisfação com a imagem corporal também podem aparecer como fator associado ao bullying. Segundo Ricardo, "as consequências para as vítimas vão desde a depressão, angústia, baixa autoestima, estresse e evasão escolar até atitudes de autoflagelação e suicídio. Já os agressores podem adotar comportamentos de risco, atitudes delinquentes ou tornarem-se ainda mais violentos".

Alguns dados da pesquisa
No total, 1.230 escolares foram avaliados e as prevalências de vítimas e agressores de bullying foram de 10,2% e 7,1%, respectivamente.
Os insatisfeitos com a imagem corporal apresentaram mais do que o triplo de chances de serem vítimas e quase o dobro de chances de serem agressores em relação aos satisfeitos.
Os escolares com hábitos sedentários (mais de três horas por dia) apresentaram 55% mais chances de serem vítimas e mais do que o dobro de serem agressores.
Os meninos apresentaram mais do que o dobro de chances de serem agressores em relação às meninas.