Acadêmico de Engenharia Elétrica desenvolve equipamento para a medição do campo elétrico atmosférico.

Resultado de trabalho de conclusão de curso foi apresentado em Simpósio Internacional sobre Descargas Elétricas.

Segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Brasil é o país com maior incidência de raios no mundo. Atento a essa realidade, o acadêmico de Engenharia Elétrica do Campus Universitário da Região dos Vinhedos, Rodrigo Parizotto, desenvolveu um equipamento para a medição do campo elétrico atmosférico, com o qual consegue estimar a probabilidade de incidência de um raio na região próxima a este equipamento.

A pesquisa de seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi apresentada no 13º International Symposium on Lightining Protection (SIPDA), realizado entre os dias 28 de setembro e 2 de outubro em Balneário Camboriú (SC). O simpósio é considerado um dos dois maiores eventos da área de descargas atmosféricas do mundo e reúne pesquisadores do Canadá, Estados Unidos, Austrália, Suécia, Africa do Sul, Malásia, entre outros países.

Inovação
Intitulado "Concepção e calibração de um sensor de campo elétrico atmosférico com comunicação wireless" (Design and calibration of an electric field sensor with wireless comunication), o TCC teve a orientação do professor Alexandre Mesquita. "Com um acervo de contribuições que majoritariamente contava com produções a nível de mestrado e doutorado, causou surpresa à organização do evento saber que a contribuição de Rodrigo provinha de seu trabalho de conclusão de curso". Para o orientador, o equipamento desenvolvido por Rodrigo "tem grande importância, por exemplo, para empresas que fazem operações em campo aberto, como petrolíferas e siderúrgicas, no que concerne à necessidade de tomada de decisão sobre interromper ou manter a operação frente a um cenário de formação de nuvens que podem produzir descargas elétricas atmosféricas".

Rodrigo Parizotto explica que não há a produção comercial desse tipo de equipamento no país, e o valor de importação de um modelo fica em torno de oitenta mil reais. Ele também inovou ao desenvolver o protótipo com comunicação sem fio a um computador supervisório, o que não é encontrado nos atuais equipamentos disponíveis comercialmente.

O acadêmico pretende dar continuidade ao trabalho executando medidas em campo aberto. E, após concluir o curso de Engenharia Elétrica, deseja ingressar na pós-graduação nessa mesma área.