O setor turístico e hoteleiro de forma global enfrentou impactos significativos durante a pandemia de Covid-19, implementando medidas sanitárias, reforçando o uso de produtos de higiene e limpeza e buscando inovações para garantir a segurança dos hóspedes. Em meio à crise financeira causada pela pandemia, muitos hotéis enfrentaram desafios, como demissões temporárias de colaboradores, seguidas de suas readmissões após a superação da crise. De forma local, novos desafios foram enfrentados com a crise climática no primeiro semestre de 2024. Nestes cenários, a resiliência emergiu como um elemento fundamental para a sobrevivência dessas organizações em longo prazo, tornando-se um tema relevante para pesquisa, com diversas lacunas e necessidades de investigação. Surge, assim, o Projeto H.IND.RE (Hotel Industry Resilience), que validou um modelo multidimensional para compreender a resiliência estratégica e organizacional no setor hoteleiro. Esta dissertação se integra tal projeto de pesquisa e tem por objetivo analisar as práticas inovadoras que promovem a orquestração estratégica para resiliência organizacional no contexto de um grupo do setor hoteleiro. Para isso, adota-se uma metodologia de pesquisa baseada em dados secundários e quantitativa, considerando o contexto do caso em estudo e orientadas pelo diagnóstico prévio do setor hoteleiro e do grupo em questão. Os resultados da pesquisa identificam relações positivas entre as dimensões de antecipação, reorganização, responsividade, networking, aprendizado, e comunicação, do modelo HINDRE, compreendendo as práticas inovadoras de orquestração para sensibilização, integração, estruturação e alavancagem dos atores. Elementos de relações entre a resiliência do destino turístico e organizacional também são identificados. Estes resultados visam orientar o desenvolvimento da resiliência estratégica e a definição de orquestração de processos e rotinas que fortaleçam a capacidade de adaptação do grupo hoteleiro diante de cenários de incerteza e turbulência e de seus atores na orquestração. Além disso, as dimensões do modelo de resiliência, baseadas em capacidades dinâmicas, podem ser aplicadas em contextos mais amplos, como comunidades e cidades, reforçando a importância das redes de colaboração para a construção da capacidade de resiliência.