Última alteração: 2025-10-06
Resumo
Seja sob a ótica dos sistemas nacionais e regionais de inovação, dos ecossistemas empreendedores ou das redes interorganizacionais, emerge sempre um dilema recorrente: de que forma a governança em redes empreendedoras pode, de fato, articular interesses diversos e contribuir para a consolidação de ecossistemas regionais? Esse desafio se torna ainda mais complexo em contextos de baixa densidade institucional e fragmentação de atores, nos quais a coordenação entre empresas, startups, universidades, agentes de fomento e governos é fundamental para sustentar trajetórias de inovação. O presente estudo parte de duas premissas: que as redes empreendedoras constituem arenas relacionais onde se produzem capital social, confiança e cooperação; e que a governança, formal ou informal, desempenha papel determinante na capacidade dessas redes de gerar inovação coletiva e desenvolvimento territorial. A partir de uma revisão integrativa da literatura, o artigo propõe um modelo analítico que integra dimensões relacionais, institucionais e de resultados, enfatizando o papel estratégico dos knowledge brokers na mediação do conhecimento e na ativação de complementaridades institucionais. Ao posicionar a governança de redes como elo entre a ação coletiva e a transformação institucional, a análise busca oferecer contribuições para compreender os caminhos de fortalecimento dos ecossistemas regionais de inovação.