“Juntos na Diversidade”: encerramento do projeto valorizou manifestações cultural e linguística.

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 21/11/2016 | Editado em 21/11/2016

Apresentações reuniram, no sábado, dia 19 de novembro, 24 grupos étnicos da região que foram contemplados com recursos patrocinados pelo Banrisul

modelo2De todas as características que permeiam a cultura, a língua é possivelmente a mais marcante. Pelo idioma, as pessoas se relacionam, compartilham conhecimentos e alimentam tradições. Para celebrar a língua e as manifestações artísticas dos povos que construíram o Rio Grande do Sul, o projeto “Juntos na Diversidade” encerrou as atividades dessa edição com um evento cultural que ocorreu no sábado, 19 de novembro, no UCS Teatro.

Lançado em fevereiro, durante a Festa da Uva, o projeto foi realizado pela Universidade de Caxias do Sul, com apoio do Governo Estadual, por meio da Secretaria da Cultura. Ao longo desse período, 24 grupos artísticos e culturais se inscreveram e atenderam os requisitos solicitados por meio de edital. O total de R$ 50 mil – valor global do patrocínio disponibilizado pelo Banrisul – foi dividido entre as entidades participantes. Por meio delas, a iniciativa buscou estimular a diversidade de línguas nativas, como o Kaigang, ou trazidas pela imigração, como talian, polonês, alemão, especialmente entre crianças e adolescentes.foto_

Na abertura do evento, o reitor Evaldo Antonio Kuiava reforçou o papel que a linguagem estabelece para a cultura. De origem polonesa, o professor recordou o período da infância, alertando para a necessidade de compreender as variações linguísticas como riquezas culturais. “É através da palavra que se acessa o mundo. Por meio da língua, moldamos nossa fala, nosso jeito de ser e a forma como nos comunicamos”.

O governador José Ivo Sartori esteve presente ao evento e reforçou a importância de preservação das línguas e dialetos falados no Estado. Ele ressaltou que a linguagem trazida pelos imigrantes ou constituída por povos indígenas é um diferencial do Rio Grande do Sul. Diferenciais que merecem ser preservados. “Esses meninos e meninas jamais vão se esquecer de que participaram desse projeto”, destacou o governador, lembrando que a língua é um patrimônio imaterial.

Na Universidade de Caxias do Sul, o projeto foi desenvolvido no âmbito do Instituto Memória Histórica e Cultural (IMHC), sob a coordenação do professor Isidoro Zorzi e do diretor do Instituto, professor Anthony Beux Tessari.

 

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Poloneses, mas não somente

cla_2754finalDiego Zoraski, de 14 anos, veio de Nova Prata para se apresentar no evento cultural. Ele não estava sozinho: outros integrantes do grupo de danças da Braspol vieram do município serrano para levar animação ao espetáculo. Numerosos, todos se destacavam pelas roupas típicas.Diego já se acostumou com as vestimentas chamativas e quentes, como ele mesmo define. Desde os sete anos, ele se apresenta com o grupo. De família polonesa, foi estimulado pelos pais a participar do cotidiano artístico da Braspol.

Com menos tempo no grupo (nove meses), mas com muitos planos, Caroline Pagnoncelli, de 15 anos, é a parceira de danças de Diego. Apesar do sobrenome possuir bem mais consoantes que vogais, “Pagnoncelli” não lembra os vocábulos tipicamente poloneses. A descendência italiana não foi impeditivo para que a jovem fosse uma das integrantes do grupo. A Braspol tem entre seus participantes diferentes etnias. A proposta agregadora agrada. Tanto que a experiência de participar do grupo foi descrita como surpreendente por Caroline. “Pretendo participar por vários anos”, projeta.

Fotos: Aldo Toniazzo e Vagner Espeiorin