Egresso da Engenharia Química, Leonardo Mathias Leidens, conquista Prêmio Destaque de Iniciação Científica do CNPq.

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 29/05/2019 | Editado em 15/08/2019

Leonardo Mathias Leidens colou grau como engenheiro químico em fevereiro deste ano e já faz parte do corpo discente do Doutorado em Engenharia e Ciência dos Materiais. Conquistar, na categoria Ciências Exatas, da Terra e Engenharias, o Prêmio Destaque de Iniciação Científica do CNPq, só vem confirmar a sua escolha ao fazer da Ciência, não somente uma carreira profissional, mas, sobretudo, “um estilo de vida”.

Nesta segunda-feira, dia 27, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) anunciou os vencedores do 16º Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica, que, este ano recebeu trabalhos de 573 de estudantes de 193 instituições brasileiras (145 universidades e 48 institutos de pesquisa). Na área das Ciências Exatas, da Terra e Engenharias foram 213 trabalhos inscritos e Leonardo Mathias Leidens, egresso da Engenharia Química da UCS e doutorando de Engenharia e Ciências dos Materiais, foi um dos dois bolsistas premiados, ele como bolsista PIBIC/CNPq e um estudante da UNIPAMPA, como bolsista PIBITI/CNPq. Leonardo concorreu com o trabalho Interpretação química da adesão de filmes finos de carbono amorfo hidrogenado em ligas ferrosas mediante intercamadas contendo silício: efeito do etching seletivo de plasma de hidrogênio, realizado com a orientação do professor Carlos Alejandro Figueroa.

 

Estímulo ao pensamento crítico e à criatividade

O prêmio – R$ 7 mil em dinheiro e uma bolsa de mestrado ou de doutorado no país – será entregue durante a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em julho deste ano, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em Campo Grande. Segundo o regulamento, a comissão julgadora considerou em sua avaliação: o mérito, a relevância e a qualidade do relatório final; a originalidade e inovação; a aplicação prática da pesquisa para a solução de problemas concretos e com resultados finais; e perfil, histórico escolar, atuação e atribuições do bolsista do ponto de vista do orientador.

Leonardo faz parte do Grupo de Pesquisa Epipolé, coordenado pelo professor Carlos Alejandro Figueroa, seu orientador na Iniciação Científica e, agora, orientador no Doutorado em Engenharia e Ciência dos Materiais. (Na foto abaixo, Carlos e Leonardo no laboratório)

Para o orientador, ele mesmo um pesquisador premiado dentro e fora do país, “o prêmio CNPq serve como inspiração para que outros estudantes trilhem esses caminhos, que se animem, que enxerguem as oportunidades e que saibam que é possível atingir objetivos de excelência”. Sobre o papel do professor e orientador na formação das novas gerações de pesquisadores, ele, não por acaso, se utiliza da palavra missão e explica: “minha missão como professor é transmitir o conhecimento da forma mais empolgante, motivante e mobilizadora possível, que inspire e mexa na base do estudante. Já, como orientador de trabalhos de pesquisa, minha missão é transmitir no DNA do orientando a magia do método científico, a fascinação pelo desconhecido, a adrenalina mesma da incerteza e o prazer de ter na cabeça um problema ainda para se resolver”.

Entusiasmado com a premiação do CNPq a um dos integrantes do grupo, Figueroa conhece bem as qualidades do jovem pesquisador. “Leonardo é um estudante fora de série e o prêmio resume bem o caminho da excelência que ele percorreu”.  No entanto, ao comemorar a conquista de Leonardo, o professor não deixa de ressaltar um aspecto que quem atua com orientação, seja na Iniciação Científica e Tecnológica, no Mestrado ou no Doutorado, conhece bem: “a UCS está cheia de estudantes excelentes e o que eles precisam é de uma oportunidade para desenvolver todo o potencial que possuem”.

O professor Matheus Parmegiani Jahn, coordenador de Pesquisa da UCS, também comemorou o prêmio concedido pelo CNPq a um dos estudantes da Universidade. “O destaque do bolsista Leonardo reflete a constante iniciativa da UCS, por meio de seus programas de Iniciação Científica e Tecnológica, para que seus alunos se envolvam no ambiente da pesquisa no decorrer da graduação, o que favorece a participação em um conjunto de atividades que os estimulam a pensar criticamente e a exercitar suas capacidades criadoras e inovadoras. Essa premiação possui uma grande importância para a UCS, pois atesta, mais uma vez, o fato de estarmos em uma posição de destaque entre principais Universidades do país em termos de Pesquisa e Inovação”.

Ser cientista, mais que um desejo, uma meta 

“Ingressei no curso de Engenharia Química em 2013 e, mesmo antes de iniciar a graduação, tinha o interesse em participar de atividades de Iniciação Científica e me tornar, um dia, um cientista. Entretanto, foi no primeiro semestre de 2014 que tive a oportunidade de iniciar as atividades científicas nos laboratórios coordenados pelo professor Carlos A. Figueroa (Grupo Epipolé), que me deu um voto de confiança na primeira aula de Química Inorgânica II.

Desde lá, trabalhei em parceria com diversos alunos de graduação e pós-graduação, além de projetos próprios, em trabalhos relacionados à deposição a plasma de filmes finos de carbono amorfo sobre ligas ferrosas com o intuito de aplicá-los de maneira eficiente em componentes mecânicos para aumento da eficiência energética (atuando como um lubrificante sólido e reduzindo o atrito entre as peças). Estudei, mais precisamente, a físico-química da interface que garante a adesão do revestimento e, no fim, pude propor uma melhoria no processo: adição de uma etapa de tratamento com plasma de hidrogênio que reduz as temperaturas de deposição (trabalho que rendeu uma publicação A1 no Qualis de Materiais e, agora, o prêmio do CNPq).

Ao longo dos quase cinco anos de pesquisa, pude participar de eventos nacionais e internacionais, além de publicar alguns artigos científicos em periódicos internacionais com revisão por pares (atualmente, 1 como primeiro autor e outros 8 como co-autor).

No caminho, uma experiência internacional
Em 2016, fui selecionado, no âmbito do programa CAPES-BRAFITEC, para estudar durantes dois semestres na École Nationale Supérieure des Industries Chimiques (ENSIC) na Université de Lorraine, em Nancy, na França (foto). Além de cursar diversas disciplinas do curso e algumas que complementaram minha formação, participei pela primeira vez de um congresso internacional, o Encontro da Sociedade Europeia de Pesquisa em Materiais – E-MRS, em Estrasburgo, na França, sendo o único estudante de Iniciação Científica selecionado pela Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais – SBPMat para isenção na taxa de inscrição, apresentando a pesquisa feita aqui na UCS.

Durante esse período na França, conheci novos locais, pessoas e culturas, possibilitando, no final, além do crescimento profissional e científico, o crescimento pessoal. Mais do que isso, passei a valorizar ainda mais o meu país e todo o nosso esforço para fazer ciência de qualidade, apesar das adversidades. Finalmente, conclui o curso de Engenharia Química no segundo semestre de 2018, com láurea acadêmica, e, devido à experiência de mais de quatro anos na Iniciação Científica, às publicações internacionais e ao intercâmbio, fiz a seleção direto para o Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais, também na UCS. Portanto, desde janeiro de 2019 integro o quadro discente do programa, também sob a orientação do professor Figueroa.

A Ciência como estilo de vida
O prêmio tem, como consequência fundamental, o estímulo a mim e aos meus colegas que escolhem a ciência como estilo de vida, não só como uma carreira ou uma profissão. Mais do que uma conquista pessoal, ele é uma construção de muitas pessoas e, dessa forma, os méritos merecem ser divididos com todo o grupo. Além disso, é um incentivo e um reconhecimento para a instituição, que deve continuar fortalecendo um dos alicerces fundamentais de uma Universidade: gerar conhecimento com pesquisa de excelência”.

Fotos: Equipe Epipolé/Divulgação