Estudantes das terceiras séries realizam de julgamento simulado de Capitu

Publicado em 05/05/2021 | Editado em 05/05/2021

A atividade realizada na disciplina de Literatura teve como temática o enredo da obra “Dom Casmurro”.

Durante a primeira semana do mês de maio, as turmas das terceiras séries do CETEC UCS participaram, de forma híbrida, do julgamento literário e jurídico da personagem Capitu, da obra “Dom Casmurro” (1900), de Machado de Assis (1839-1908). A atividade, orientada pela professora de literatura, Francine Iris Tadiello, dividiu os estudantes em diversas funções com o objetivo de aprofundar seus conhecimentos no texto trabalhado e desenvolver novas habilidades.

De acordo com a docente, dentre as funções na atividade, os estudantes incorporaram o papel de juiz, escrivão, advogados de representação e defesa, testemunhas, juramentistas e, até mesmo, um júri popular. Depois de realizar a leitura da obra, os alunos produziram um dossiê de processo civil no qual foram apresentados argumentos e evidências com intuito de embasar a argumentação. Outro ponto que transformou a atividade em uma grande imersão no universo literário tratado foi a questão da caracterização, já que diversos alunos utilizaram roupas características de um tribunal de justiça.

Para Francine, a problematização dessa obra é importante para questionar as narrativas parciais apresentadas no meio literário: “Dom Casmurro, obra que pertence ao Realismo, é considerada o “Otello” brasileiro. A obra trata sobre ciúmes, relações sociais e sobre uma sociedade que se movia por seus interesses individuais. Nessa obra temos um personagem que narra sua relação matrimonial a partir de impressões, contaminando o leitor e o convencendo de que foi enganado. Num tempo em que buscamos garantir a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, é elementar discutir uma narrativa como essa de forma imparcial, considerando todos os lados da história”, pontua a professora.

SOBRE O LIVRO:

“Dom Casmurro” conta a história de Bento Santiago (Bentinho), apelidado de Dom Casmurro por ser calado e introvertido. Na adolescência, apaixona-se por Capitu, abandonando o seminário e, com ele, os desígnios traçados por sua mãe, Dona Glória, para que se tornasse padre. Casam-se e tudo corre bem, até o amor se tornar ciúme e desconfiança. É esta a grande questão que magistralmente Dom Casmurro expõe ao longo de 148 capítulos: a dúvida que paira ao longo de toda a obra sobre a possibilidade de traição de Capitu, agravada pela extraordinária semelhança do filho de ambos, Ezequiel, com o grande amigo de Bentinho, Escobar.