Testes clínico e de engenharia definirão produção de ventilador pulmonar desenvolvido por voluntários.

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 07/04/2020 | Editado em 23/04/2020
Protótipo funcional do Frank 5010 será transformado em protótipo de produção para testes finais.

Equipamento criado em projeto coordenado pelo TecnoUCS, sob orientação do Hospital Geral, passou por uma primeira avaliação técnica no sábado (4)  e será encaminhado para mais testes em laboratórios acreditados. Ao mesmo tempo, equipe aguarda autorização do Ministério da Saúde para promover a testagem clínica.

A coordenação do Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade de Caxias do Sul – TecnoUCS e a direção do Hospital Geral (HG) aguardam a aprovação em testes clínico e de engenharia do protótipo de ventilador pulmonar desenvolvido sob coordenação das duas instituições para buscar autorização para a produção em escala do equipamento. A intenção é disponibilizar equipamentos para hospitais de campanha que vierem a ser instalados na região para atendimento de pacientes da Covid-19. O modelo foi projetado por um grupo de empresas, engenheiros e técnicos voluntários de Caxias do Sul e cidades vizinhas sob a orientação da direção técnica do HG e gestão do TecnoUCS.

O grupo trabalha há duas semanas. Na última foram feitos aperfeiçoamentos em um protótipo funcional visando ao desempenho necessário para a ventilação de urgência em ambiente extra-hospitalar, o que foi testado no sábado, no HG, com o pareamento do modelo (batizado de Frank 5010) com um equipamento já existente no hospital. Agora, testes de engenharia no protótipo de produção (com as adequações feitas para ir à linha de montagem) serão feitos na segunda, dia 13, e terça, dia 14, em laboratórios acreditados do complexo de Laboratórios Especializados em Eletroeletrônica (LABELO) da PUC-RS, em Porto Alegre.

Entre as verificações serão feitos testes de pressão, volume, frequência e ciclagem do equipamento, explica o coordenador-executivo do TecnoUCS, Enor Tonolli Jr. “É importante ressaltar que se trata de um equipamento hospitalar do qual se necessita máxima eficiência. Somente a partir de todas as devidas aprovações de funcionamento podemos pensar em produção”, observa.

Testagem clínica – Para a execução de testes clínicos (com pacientes), é necessária aprovação do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), o que foi solicitado ainda na semana passada, com o envio dos descritivos técnicos e de finalidade do Frank 5010. “O protótipo funcionou bem no primeiro teste, mas precisamos de mais profundidade e seguir as etapas necessárias de avaliações para garantir a confiabilidade aos usuários. Além disso, por se tratar de um equipamento hospitalar, temos normas técnicas a seguir e autorizações legais a obter até se viabilizar a fabricação em série”, explica o diretor técnico do HG, Alexandre Avino. “Estamos confiantes em avançar com este projeto, mas não vamos precipitar o processo sem haver a funcionalidade, a segurança e as homologações exigidas”, frisa.

A autorização do Conep para testes clínicos independe dos testes de engenharia. Contudo, se não houver uma resposta da comissão ainda nesta semana e o equipamento for aprovado nas verificações nos laboratórios acreditados, o pedido ao órgão federal será reforçado com a anexação do laudo de resultados técnicos.

Cumprida a etapa de testagem e autorizações, a intenção é negociar com fornecedores para passar à produção industrial, com meta inicial de 100 unidades para atendimento de pacientes em hospitais de campanha e, em caso de necessidade extrema, em ambiente intra-hospitalar. A produção a seguir será definida conforme a demanda da rede de Saúde.