Thaynê Bárbara de Momi vence 22º Concurso UCS-Cootegal de Moda relembrando as calçadas de sua história

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 30/11/2023 | Editado em 29/02/2024

Na obra intitulada “A gasta pedra, um dia minha amiga”, primeira colocada resgatou a memória das brincadeiras de rua e a criatividade infantil. Utilizando lã como matéria-prima e a técnica da moulage criativa, atividade também destacou acadêmicas Vittoria Bruzetti e Ana Júlia Dartora com menções honrosas por suas produções

Trabalho vencedor, A gasta pedra, um dia minha amiga, de Thaynê Bárbara de Momi. Foto: Thaynê Bárbara de Momi

Entre os seis trabalhos que disputaram a atenção do júri na 22ª edição do Concurso UCS-Cootegal de Moda, realizado nesta quarta-feira, 29 de novembro, na CIC Caxias, a produção da acadêmica Thaynê Bárbara de Momi se destacou ao rememorar as calçadas de sua própria trajetória. Primeiro colocado, seu projeto intitulado A gasta pedra, um dia minha amiga referenciou “os bons tempos das brincadeiras de rua, a partir das calçadas passadas que marcaram histórias guardadas na memória, além do tempo”, como definiu a autora. Com linhas retas e orgânicas, que remetem aos diferentes formatos das calçadas, aos blocos removíveis utilizados para diferentes finalidades, os blocos tridimensionais do look aludem à criatividade de toda criança e aos “heróis que saem das telas para vivenciar com elas”.

Com a primeira menção honrosa, Vittoria Bruzetti; primeira colocada, Thaynê Bárbara de Momi; e com a segunda menção honrosa, Ana Júlia Dartora. Foto: Bruno Zulian

O concurso resulta da tradicional parceria entre o curso de Moda da Universidade de Caxias do Sul e a Cooperativa Têxtil Galópolis (Cootegal). A partir de iniciativa integrada das disciplinas Moulage Criativa e Criação em Design de Moda V, sob coordenação das professoras Adriana Conte e Gilda De Ross, as acadêmicas elaboraram e apresentaram portfólio e look acompanhado de acessório confeccionado em lã, com matéria-prima da empresa parceira, a partir da técnica de moulage e de temas derivados de referências pessoais. “Este concurso é um marco na vida do acadêmico de Moda, onde colocamos em prática todo aprendizado adquirido em anos de estudo. Os desafios foram constantes e levaram a perceber que estamos prontas para superar nossos limites na vida acadêmica, com olhar diferenciado no contexto da Moda. É nesse ápice que notamos o quanto crescemos no curso de graduação, nos tornamos mais confiantes”, declarou Thaynê, evidenciando a propriedade das docentes no tema trabalhado, os aprendizados no contato com a Cootegal e o sentimento de superação que hoje compartilha com as colegas.

Como prêmio pela conquista, a acadêmica poderá optar ou por uma viagem nacional para aprimoramento na área de estudos ou pela possibilidade de um estágio na Cootegal.

“Este é um momento do curso onde o aluno busca sua identidade como criador, todas as etapas são trabalhadas com este propósito. As alunas apresentaram um excelente resultado, fruto de muito trabalho e dedicação constante, como se espera de um futuro profissional de moda”, resume a professora Adriana. No que concorda a professora Gilda: “Ao final do projeto, os alunos estão preparados para interpretar e executar os seus desenhos através das técnicas da Moulage Criativa, com a utilização de um material tão nobre como a lã. Eles também dispõem de um portfólio com trabalho inovador e sustentável que poderá ser apresentado a futuros empregadores ou clientes”, acrescenta a docente.

10%, de Ana Júlia Dartora. Foto: Marcos Dartora
Love Will Tear us Apart, de Vittoria Bruzetti. Foto: Vittoria Bruzetti
Menções Honrosas

As colegas Vittoria Bruzetti e Ana Júlia Dartora receberam primeira e segunda menção honrosa, respectivamente.

O trabalho de Vitória, intitulado Love Will Tear us Apart, fez conexões maternais e musicais. “Na sinfonia da vida, a figura materna é a melodia que ressoa mais suavemente. Transcendendo os limites do afeto, é a compositora das primeiras notas que dão sentido às nossas vidas”, conceituou. O corselet representa uma armadura para o corpo, traz o acalento e o abraço da lã na região do busto em decote coração. As mangas volumosas também formam um coração na região dos ombros, afuniladas ao longo dos braços e firmadas ao redor do pescoço com o rufo. A saia longilínea tem amarração posterior que gera o efeito de panos molhados das esculturas gregas.

Ana Júlia chamou sua obra de 10%, a porcentagem dos que sobrevivem a um aneurisma cerebral sem sequelas, conforme contextualizou, referenciando sua própria jornada e o propósito de viver. “É possível encontrar beleza e significado nos momentos mais difíceis”, justificou. “Trouxe em minhas peças as sobreposições como vulnerabilidade, mas também proteção. Os bolsos cargo do colete trazem as bolsas de sangue, a hot pant presente na calça remete à perda de controle das funções fisiológicas fazendo alusão a uma fralda, trazendo contemporaneidade com os recortes”.

Conheça os projetos das demais participantes desta edição:

Memórias Fotográficas. Foto: Oficina da Photo

Memórias Fotográficas, de Vitória Lovatto Tefili

Inspirada em elementos históricos, como o New Look de Dior e a icônica fotografia do marinheiro e da suposta enfermeira, de Alfred Eisenstaedt, a modelagem com cintura ajustada demarca as curvas remetendo à feminilidade, com um recorte que se espelha na manga, em referência às fotografias impressas.

Café. Foto: Wellington Damin
Espiritualidade. Foto: Vitória Tefili

Espiritualidade, de Sabrina de Camargo Maria da Silva

A partir de elementos do cotidiano da autora, como cristais coloridos e o olho grego, e de terapias holísticas como reiki, ioga e meditação, a produção retrata mobilidade e conforto, com vestido justo e manto sobreposto, linhas orgânicas e recortes estratégicos.

Café, de Catrin Spada

“Para despertar…Para trabalhar…Para compartilhar…Para voltar a sonhar…”, o grão do café e a essência deixada pela avó materna foram elementos-chave da proposta que entrelaçou elementos da afetividade e da sociedade cafeeira.