Última alteração: 2025-10-01
Resumo
A intensificação da urbanização mundial acentua desafios globais de segurança alimentar, mudanças climáticas, gestão de resíduos e desigualdade socioespacial. Nesse cenário, a agricultura urbana e periurbana (cultivo de alimentos em áreas dentro e ao redor das cidades - FAO, 2020) é validada como uma estratégia multifuncional capaz de promover a produção local de alimentos, a regeneração ambiental e a inclusão social nos centros urbanos.
O artigo aborda o papel das hortas urbanas como soluções baseadas na natureza para o enfrentamento da crise climática, dado que as cidades respondem por cerca de 70% das emissões globais de gases do efeito estufa (ONU-Habitat, 2020). As hortas atuam na mitigação e adaptação climática ao reduzir as emissões de GEE por encurtamento das cadeias logísticas e pelo desvio de resíduos orgânicos para compostagem, evitando a emissão de metano em aterros e contribuir para a sustentabilidade urbana por meio do sequestro de carbono, da regulação térmica e da gestão de águas pluviais, funcionando como infraestrutura verde.
Alinhada à Agenda 2030 (ODS 2, 11, 12 e 13), a prática fortalece a segurança alimentar, gera trabalho e renda, e promove a justiça socioambiental.
Este estudo comparativo de casos múltiplos, buscou avaliar como as hortas urbanas contribuem para a redução de gases do efeito estufa e para a resiliência urbana. A análise dos casos evidencia que, quando apoiadas por políticas públicas consistentes, as hortas urbanas se consolidam como instrumentos estratégicos para construir cidades mais sustentáveis, inclusivas e resilientes.