Este estudo analisa as consequências das novas políticas tarifárias adotadas pelos Estados Unidos da América, especialmente sob as administrações de Donald Trump, e suas implicações para a Organização Mundial do Comércio (OMC). A pesquisa parte da compreensão de que a OMC representa o principal mecanismo regulador do comércio internacional, promovendo a resolução de controvérsias entre seus membros com base em regras multilaterais. Entretanto, com a adoção de medidas unilaterais pelos Estados Unidos, como o aumento das tarifas de importações, retirada de acordos multilaterais e acusações recorrentes de práticas desleais contra países como a China, observa-se um enfraquecimento dos princípios fundamentais da OMC, como a não discriminação e o tratamento da nação mais favorecida. A abordagem metodológica adotada foi qualitativa exploratória, sendo operacionalizada mediante entrevistas com especialistas da área. Os resultados evidenciam que a OMC permanece como instituição central para o sistema multilateral de comércio, mas enfrenta fragilidades que comprometem sua eficácia, especialmente diante da paralisação do Órgão de Apelação, da desigualdade no acesso aos mecanismos de solução de controvérsias e do comportamento unilateral dos EUA, o que reforça o consenso sobre a necessidade urgente de reformas, ainda que haja divergências quanto à sua profundidade e direção.