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O varejo contemporâneo enfrenta um cenário de transformação acelerada, impulsionado pela ascensão do comércio eletrônico e por mudanças nos hábitos de consumo. Nesse contexto, os shopping centers precisam se reinventar, deixando de ser espaços exclusivamente voltados às compras para se tornarem locais de socialização, lazer e experiência. As chamadas âncoras modernas, como restaurantes conceituados, operações de entretenimento e marcas “wishlist”, emergem como estratégias centrais para atrair público, prolongar a permanência e estimular o consumo em lojas adjacentes. Este artigo tem como objetivo analisar a influência da implantação dessas âncoras modernas na performance financeira de shopping centers. Para tanto, adota-se uma abordagem de estudo multicaso, envolvendo empreendimentos brasileiros que incorporaram âncoras modernas entre 2018 e 2023. A metodologia combina dados quantitativos (vendas, receitas de aluguel, fluxo de visitantes) e qualitativos (entrevistas com gestores), analisados por meio de triangulação. Na dimensão quantitativa, destaca-se a utilização do método Causal Impact, baseado em modelos bayesianos de séries temporais, que permite estimar o impacto da intervenção ao comparar o cenário real com um contrafactual projetado. Os resultados preliminares apontam efeitos positivos e estatisticamente significativos sobre as vendas e a receita de aluguel na área de influência direta das novas âncoras, além de tendência de impacto positivo nas vendas totais do empreendimento. Em contrapartida, hipóteses relacionadas à receita consolidada de aluguel e a comparações entre grupos controle e tratamento não apresentaram significância estatística robusta. Conclui-se que as âncoras modernas desempenham papel estratégico para a sustentabilidade financeira e a atratividade dos shopping centers, contribuindo para sua adaptação em um ambiente competitivo e em transformação.