Engenheiro químico formado pela UCS, Leonardo Mathias Leidens, 24, recebeu em 2019,  o Prêmio Destaque de Iniciação Científica do CNPq – Área das Ciências Exatas, da Terra e Engenharias, concorrendo com 213 estudantes de 193 universidades brasileiras. Desenvolvido no Grupo de Pesquisa Epipolé, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciências dos Materiais, o trabalho foi coordenado pelo professor Carlos Alejandro Figueroa.

“Tive a honra de representar a UCS na 71ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em julho. Como único representante de uma universidade comunitária entre os premiados, consegui mostrar que aqui na UCS também se faz ciência de excelência”, destaca. O trabalho premiado propõe uma solução físico-química para aumento da adesão de revestimentos de carbono sobre o aço, usados para o aumento da vida útil e da eficiência energética de componentes.

Em suas atividades de Iniciação Científica na graduação, Leonardo aprendeu a valorizar igualmente a pesquisa de base e a inovação tecnológica. Com pontuação suficiente para ser aprovado na seleção do Doutorado sem ter que passar pela etapa do Mestrado, o estudante passa a fazer parte do conjunto de pesquisadores que atuam diretamente com o segmento industrial, colocando o conhecimento científico e tecnológico produzido pela Universidade em evidência nos ambientes de empreendedorismo e inovação.

“TEMOS UM UNIVERSO DE DESCOBERTAS NOS ESPERANDO”.

Trecho do depoimento de Leonardo como representante dos estudantes de mestrado e doutorado, na solenidade de comemoração dos 15 anos do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais.

Nós somos, como Universidade, geradores de conhecimento e não simples replicadores de conceitos ou conteúdo. Atuamos na fronteira do conhecimento para promover o avanço. É preciso ter e manter isso em mente.

Como aluno de pós-graduação e representante de todos os meus colegas, posso afirmar que nossa caminhada nem sempre é tão simples. É impossível ignorar a instabilidade e as situações às quais somos expostos. Sofremos ataques de parte da sociedade que utiliza a própria tecnologia para disseminar factoides e justificar o desmonte do trabalho daqueles que a criam e a desenvolvem (mesmo com remunerações abaixo dos valores do mercado e sem quaisquer direitos trabalhistas básicos).

Mesmo que a história mostre isso como uma ameaça recorrente, aparentemente, temos esse “fantasma” nos rondando, seja na desvalorização da carreira, no apoio a cortes ou na negação massiva de fatos com a intenção de desacreditar os cientistas (desde a importância das vacinas, por exemplo, até, pasmem, o formato do nosso planeta). Nós, que estamos no campo da ciência, precisamos viver como cientistas, dentro e fora do laboratório, seguindo o que o próprio método científico, em sua essência, propõe. Mais do que isso, precisamos mostrar como a ciência é importante para o desenvolvimento tecnológico, social e intelectual de um país.

De toda forma, devemos continuar o trabalho árduo, mas gratificante, que é gerar desenvolvimento apesar das adversidades. Temos que buscar o apoio da sociedade, da academia e da indústria, como um todo, para ações de fomento e fortalecimento. Sou o primeiro estudante de doutorado da minha família e não gostaria de ser o único e nem que isso fosse um sonho ainda mais distante para os próximos estudantes. Tornar-se um cientista não deveria ser um caminho de abnegações e dificuldades. Precisamos lutar pelo prestígio da carreira, não da maneira egocêntrica que esse termo possa sugerir, mas exigir respeito, apoio e condições de trabalho.

Acima de todos os problemas, temos um universo de descobertas nos esperando. Que o brilho nos olhos e o interesse por cada novo avanço nunca desapareça, principalmente em nós, que somos parte do futuro de nossas áreas. Penso que somente com união, respeito e muita ciência, amanhã será um dia melhor que hoje!