Este é um livro tecido a muitas mãos, com fios que atravessam territórios brasileiros e cruzam as múltiplas (in)justiças ? sociais, epistêmicas, ambientais, raciais, de gênero, linguísticas e territoriais ? que estruturam nossa sociedade. Neste encontro, não pretendemos oferecer respostas prontas, mas convidar à escuta, à partilha e à construção coletiva de sentidos sobre o que pode ser a educação para a cidadania global e a justiça socioambiental em nosso tempo. A cidadania global, aqui, não é pensada como uma adesão abstrata a valores universais, mas como uma prática crítica que emerge das tensões entre o local e o global, entre o reconhecimento da diferença e a construção de solidariedades possíveis. Ela se inscreve na relação entre ensino, pesquisa e extensão, entre universidade e sociedade, e entre saberes acadêmicos e experiências populares. Do mesmo modo, a justiça socioambiental não se limita à defesa de direitos ecológicos ou ambientais isolados; esse conceito articula múltiplas dimensões da justiça ? epistêmica, racial, de gênero, econômica, ambiental, cultural, territorial ? como elementos inseparáveis de um projeto ético-político de transformação.