Sinopse
"Era começo de inverno e o tempo alternava-se entre
um calor gigantesco, seguido de temporais, e um frio que
me fazia estar sempre ao redor do fogo, observá-lo, sentir
no tato o calor, a alternância com os ventos frios e a
fumaça, o cheiro que grudava no corpo, impregnando-nos
de mais calor. Aquele inverno capturou-me: o frio, a sensação
da proximidade do fogo, o vento que levava a fumaça
para variadas direções, a fumaça nos olhos e seu cheiro nos
cabelos, que permanecia mesmo depois do banho" (Bergamaschi;
Menezes, 2015, p. 41).
É sobre esse fogo, ou sobre a imagem que ficou dele,
passados 25 anos dos primeiros encontros com os Guarani,
em suas aldeias, que desejo falar. Escrever para deixar vivo
o que o corpo guarda na memória ancestral indígena.