Sinopse
Dentro do grande fluxo migratório de italianos para terras gaúchas, ocorrido a partir de 1875, houve um número muito pequeno de protestantes, pertencentes à Igreja Valdense. Uma parte desses imigrantes protestantes era do Piemonte e se estabeleceu na região da Forqueta Baixa, a 17ª Légua da Colônia Caxias. Outros, vindos do Vêneto, fixaram-se, em sua maioria, na Linha Palmeiro da Colônia Dona Isabel e na Linha Afonso Pena da Colônia Alfredo Chaves.
Esses valdenses se incorporaram à Igreja Metodista, que, naquele momento, iniciava suas atividades no Sul do Brasil, por meio de uma missão de origem norte-americana, com sede em Buenos Aires. O trabalho metodista, que começara em Porto Alegre, em 1885, a partir do Uruguai, passou a abranger também os colonos italianos valdenses da Serra Gaúcha.
No período temporal analisado (1887 -1900), os colonos protestantes criaram uma igreja singular, de língua italiana; estabeleceram estruturas comunitárias; cultivaram sua fé e edificaram os primeiros templos metodistas do Rio Grande do Sul. Escreveram um capítulo único na história da atividade missionária evangélica no mundo e do protestantismo brasileiro e regional. Diante disso, o objetivo deste trabalho é sanar a lacuna sobre as especificidades da trajetória desses imigrantes e contribuir para a escrita da história da imigração italiana no Rio Grande do Sul.