Carreiras
A paixão por descobrir e a curiosidade para curar

No laboratório de pesquisa que coordena na Universidade de Toronto, no Canadá, a pesquisadora na área de farmacologia e psiquiatria Ana Cristina Andreazza, 33 anos, conta com 10 estudantes de Iniciação Científica e de pós-graduação no desenvolvimento da pesquisa que envolve o estudo de como o estresse oxidativo (ataque de radicais livres a células) leva à alteração de liberação de neurotransmissores (moléculas que controlam a sinalização entre neurônios e, consequentemente, o nosso humor) no cérebro e quais os fatores externos (como por exemplo, a dieta) e do organismo (como por exemplo, a disfunção da produção de energia) controlam esse processo.

Com essa pesquisa, a caxiense Ana Cristina espera, com sua equipe, "entender como o estresse oxidativo está envolvido nos transtornos psiquiátricos, especialmente na depressão e no transtorno bipolar. A partir desse conhecimento, poderemos desenvolver estratégias terapêuticas para prevenir e tratar os transtornos psiquiátricos. Por exemplo, poderemos guiar a população para qual o tipo de dieta que pode ser usada para prevenir envelhecimento precoce do cérebro ou prevenir episódios depressivos. Poderemos desenvolver medicamentos que ajudam a tratar a depressão, uma doença que afeta em torno de quatro a 10% da população mundial."

A curiosidade para descobrir como "curar" ou tratar doenças e por que o nosso organismo adoece levou Ana Cristina a cursar Farmácia, graduação concluída em 2004 na UCS. "O processo de descoberta de novos medicamentos é fascinante. Ele envolve o entendimento dos mecanismos bioquímicos da doença, a descoberta de alvos terapêuticos, para podermos desenvolver medicamentos que atuam nesses alvos terapêuticos. A farmácia é o único curso que proporciona o conhecimento necessário para esse processo", explica.

A primeira participação de Ana Cristina em pesquisa, antes de chegar à Universidade de Toronto, iniciou-se no Instituto de Biotecnologia da UCS, em 1998, com a professora Mirian Salvador que a inspirou "a amar a pesquisa e me ensinou a desenvolver uma mente curiosa e crítica, características fundamentais para um bom pesquisador".

Como parte de seu Doutorado em Bioquímica na UFRGS, Ana Cristina fez um doutorado sanduíche na Universidade de Brittsh Columbia, em Vancouver (Canadá), para desenvolver um trabalho com o professor Trevor Young, que veio a ser pioneiro na área e "me levou o convite para fazer um pósdoutorado na University of British Columbia".

Ana Cristina conclui que "o profissional farmacêutico é essencial para um bom sistema de saúde e para o desenvolvimento de qualidade de vida da população". Palavra de pesquisadora!

Farmácia

O farmacêutico pesquisa, produz e controla a qualidade de medicamentos, cosméticos e produtos de higiene pessoal. Presta orientação sobre o uso e a conservação dos medicamentos. Na indústria alimentícia, atua na produção e no controle da qualidade de alimentos. É responsável pela análise de materiais biológicos, auxiliando no diagnóstico de patologias. Atua na avaliação toxicológica de medicamentos, alimentos, cosméticos, saneantes e domissaneantes. Responsabiliza-se tecnicamente por estabelecimentos farmacêuticos, pelas análises clínico-laboratoriais, além das toxicológicas.

(Texto: Cristina Boff)



Revista UCS - Publicação da Universidade de Caxias do Sul, de caráter jornalístico para divulgação das ações e finalidades institucionais, aprofundando os temas que mobilizam a comunidade acadêmica e evidenciam o papel de uma Instituição de Ensino Superior.

O texto acima está publicado na quarta edição da Revista UCS que já está sendo distribuída nos campi e núcleos.

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