Alunos

Estágio no outro lado do oceano

O intercâmbio sempre foi um desejo. Mas a estudante de Relações Públicas Charlene Uez, de 23 anos, demorou até tomar a decisão de partir rumo a outro país para estudar. Após colher informações com amigos que já tiveram uma experiência internacional, a jovem se encorajou e resolveu seguir para Portugal. A facilidade da língua ajudou na hora da definição, mas foi o contato na UCS com um intercambista do país lusitano que a fez ter certeza da escolha.

"Conheci o Luiz Miguel, que era de Portugal, e ele comentou comigo que a Instituição que mantinha convênio com a UCS era uma das mais qualificadas de lá. Fiquei interessada", recorda.

Charlene se refere ao Instituto Politécnico de Lisboa. Na instituição, ela cursa as disciplinas que faltam para se formar. Além das aulas, a futura Relações Públicas aproveita a estadia em Portugal para fazer o Estágio Curricular, no Gabinete de Comunicação e Imagem do próprio Instituto.

Por aqui, Charlene tem o acompanhamento da professora Maria Lúcia Bettega, que a orienta a distância. Antes de embarcar, no final do mês de janeiro, a acadêmica já pensava em levar daqui algumas ações experimentadas pelos alunos de Comunicação da UCS. O Show de Talentos, evento em que os estudantes podem apresentar seus dons artísticos, é uma das sugestões que ela levou na bagagem. "Não sei se será possível fazer, mas quero colaborar com o que for preciso", afirma a jovem.



Aproveitando as oportunidades

Atualmente, a intercambista está no último semestre da graduação. Em Lisboa, Charlene pretende cursar Análise Econômica e disciplinas relacionadas ao estudo da cultura. "O curso de Relações Públicas de Portugal tem algumas diferenças. Há um enfoque grande nessa questão de interculturalidades", assinala Charlene.

Em princípio, a estudante deve retornar ao Brasil em agosto deste ano, mas ela pode prorrogar o intercâmbio por mais seis meses. Apesar das dúvidas em relação ao retorno, a jovem já tem uma certeza: "Quando você mira algo mais longe, você acaba criando uma ideia global sobre o mundo."

Charlene mirou longe e agora colhe os resultados dessa boa-ideia.

(Texto: Vagner Espeiorin)


A vida no campo remete à pesquisa

O interesse pela agricultura está no sangue da acadêmica de Agronomia Fernanda Bitencourt. Natural de Nonoai, no Norte do Rio Grande do Sul, a filha de agricultores viveu no campo até os 10 anos. Aos 15 anos, Fernanda mudou-se com a família para Caxias do Sul para estudar e trabalhar.

As dificuldades na agricultura e a vontade de ver melhorias no trabalho rural foram os principais motivos que levaram Fernanda, hoje aos 28 anos, a cursar Agronomia. "Queria ter a oportunidade de ajudar o agricultor a resolver os problemas no campo, pois vivenciei as dificuldades do dia a dia", conta.

Há cinco meses, a acadêmica do 8º semestre atua em seu primeiro estágio. Orientada pelo professor Sergio Echeverrigaray Laguna, do Centro de Ciências Agrárias e Biológicas, ela é bolsista na pesquisa intitulada "Caracterização molecular de vírus e fitoplasma associados ao enrolamento foliar e Xylella fastidiosa em videiras da região da Serra gaúcha", desenvolvida no Laboratório de Biotecnologia Vegetal e Microbiologia Aplicada, no Bloco 39 da Cidade Universitária. A pesquisa consiste em verificar a presença de fitoplasmas, de Xylella fastidiosa e identificar as estirpes de vírus do enrolamento foliar em videiras (Vitis vinifera L. E Vitis labrusca L.) sintomáticas e assintomáticas na nossa região. Fernanda explica que, sabendose dos prejuízos causados por essas doenças nos cultivos de videira, da falta de informação sobre fitoplasmas e Xylella fastidiosa na região serrana do Rio Grande do Sul, e da semelhança de seus sintomas, dificilmente distinguíveis a campo, com os de outras doenças como o enrolamento foliar, muito comum na região, "torna-se fundamental a produção de novas informações sobre as condições fitossanitárias da viticultura, por meio de técnicas capazes de detectar e identificar seus patógenos".

Entre as funções da acadêmica, destacam-se as saídas a campo, o preparo e a análise molecular das amostras, leituras de artigos e pesquisas bibliográficas. É no Vale dos Vinhedos e no interior de Caxias do Sul que ela e a mestranda em Biotecnologia Ronize Rohr dos Santos realizam a maioria das visitas. Após analisar os parreirais, se forem detectados sintomas, amostras são coletadas. Como a análise precisa ser feita na fase correta do ciclo das plantas, a dupla continuou trabalhando durante as férias. E, segundo Fernanda, "os agricultores são sempre bem receptivos".

Para a carreira profissional de Fernanda, o trabalho agregará conhecimento na área de Biologia Molecular e na pesquisa em laboratórios. Já na prática, segue a intenção inicial: a de ajudar os produtores. "O que mais me motiva é a oportunidade de buscar melhorias para o agricultor. Além disso, também é uma contribuição para ajudar a economia da região", orgulha-se.

(Texto: Ana Carolina Vivan)



Revista UCS - Publicação da Universidade de Caxias do Sul, de caráter jornalístico para divulgação das ações e finalidades institucionais, aprofundando os temas que mobilizam a comunidade acadêmica e evidenciam o papel de uma Instituição de Ensino Superior.

O texto acima está publicado na oitava edição da Revista UCS que já está sendo distribuída nos campi e núcleos.

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