Alunos
Experimentando novos desafios

Na sala de aula, livros, cadernos e notebooks são materiais que fazem parte da rotina dos alunos da Especialização em Gestão Estratégica e Negócios do Campus Universitário da Região dos Vinhedos, em Bento Gonçalves. Esses materiais, no entanto, foram substituídos numa aula especial que ocorreu ao ar livre, na Fazenda Sonho Meu, em Canela, num sábado do mês de abril. Tonéis de plástico, pedaços de madeira e cordas foram utilizados numa das tarefas propostas aos alunos, que foram divididos em equipes. O objetivo era produzir uma balsa para atravessar um lago com os componentes do grupo de uma ponta a outra, em segurança. A tarefa também incluiu a criação de uma bandeira com a identidade da equipe, além da criação de um hino. O aluno André Luis Teixeira de Matos, 35 anos, que atua no departamento de manutenção da empresa Concresul Britagem Ltda., de Bento Gonçalves, afirma que essas ações têm muito a agregar para a carreira profissional. "É o momento de experimentar formas diferentes de tomadas de decisão. Através da participação no grupo de trabalho, desenvolvemos aptidões para a elaboração de estratégias de resolução dos desafios apresentados, aprendemos a ouvir propostas dos colegas, além de aceitar as diferenças de opiniões", avalia.

O curso de Especialização em Gestão Estratégica e Negócios é o primeiro curso de André na UCS. Ele, que possui graduação em Administração e veio de Porto Alegre, ficou surpreendido com a estrutura da UCS em Bento Gonçalves. "A exemplo da UCS, as empresas deveriam fazer esse tipo de atividade com seus colaboradores, para que eles possam experimentar novos desafios e explorar suas capacidades, além, é claro, de promover a integração da equipe", enfatiza. No mesmo dia, os alunos também participaram de outras atividades na fazenda, como o cumprimento de tarefas em equipe em tempo reduzido. A metodologia experiencial foi proposta pela coordenadora do curso de Especialização, professora do Centro de Ciências Sociais e da Educação, Nívia Tumelero. "Ações como essa auxiliam o aluno a criar novas visões, sair do habitual, ligando a teoria da sala de aula com a prática da profissão", destaca.

(Texto: Juliana Rossa)


Consciência Artificial, uma realidade possível?

A integração entre diferentes áreas do conhecimento e o conceito de transdisciplinaridade - que visa a unidade do conhecimento - está bem representada na atividade desenvolvida por Daniel Müller da Silva, 23 anos. O aluno de Psicologia atua como bolsista de Iniciação Científica no curso de Engenharia de Controle e Automação, desenvolvendo pesquisas sobre Inteligência e Consciência Artificial. A Consciência Artificial é um campo da Inteligência Artifical (AI) que trabalha integrando conhecimentos para a criação de uma consciência em robôs ou em Sistemas Cognitivos Autonômos. Os estudos nessa área podem ser aplicados na robótica e telecomunicação na otimização de processos. Daniel também trabalha com antigos paradigmas, como: será possível um robô se tornar consciente? Segundo o acadêmico, sim! "Mas para isso temos que trabalhar em outras áreas do conhecimento, como, por exemplo, a Neurociência, que é uma ciência nova e que está trazendo grandes contribuições para outras áreas, como a Linguística, a Medicina, a Psicologia e as Engenharias na modelagem de sistemas cognitivos artificiais."

A pesquisa transdisciplinar é, na opinião do aluno, "desafiadora. Cada integrante do nosso grupo aprende muito com a outra área do conhecimento. Isso nos leva a novas perspectivas e soluções. Juntar uma área humana e outra tecnológica leva a descobertas e aprimoramentos nunca antes pensados. Toda essa interdisciplinaridade é extremamente relevante quando se trabalha com Inteligência Artificial, ou melhor, em Consciência Artificial, como é o nosso caso". Daniel, entre suas atividades, também administra a oficina de Róbotica no projeto Engenheiro do Futuro - ENGFUT, uma parceria entre Universidade- Empresa-Escola, que visa a aprofundar a formação pedagógica dos professores do Ensino Médio e provocar o encantamento dos alunos pelas áreas tecnológicas.

(Texto: Cristina Boff)


Projeto de lei no Parlamento Ambiental

Os acadêmicos do curso de Direito Alexandre Lamas Rodrigues, Jéssica Cristianetti e Larissa Wegner Cezar foram responsáveis por um dos projetos de lei selecionados, em junho, para o V Parlamento Ambiental 2013, promovido pela Prefeitura Municipal de Caxias do Sul. O projeto dispõe sobre a implementação, à população de baixa renda, da possibilidade de escolha da cremação na cidade de Caxias do Sul. Os alunos - bolsistas de Iniciação Científica - integram o Grupo de Pesquisa Metamorfose Jurídica, coordenado pelo professor Agostinho Oli Koppe Pereira.

Jéssica enfatiza a alegria pela premiação ao trabalho, principalmente "quando se discutem as questões ambientais e essas discussões se concretizam e são reconhecidas na prática". Para Alexandre, a elaboração do projeto de lei o fez despertar pelo interesse às questões ambientais e aprofundar o conhecimento sobre a legislação voltada à área. "O evento me agregou valor e fez com que eu pudesse desenvolver minha forma de pensar diante do projeto de lei." A outra autora, Larissa Wegner Cezar, diz que a premiação "é uma forma de concretiza- Alexandre, Jéssica e Larissa, alunos do Direito da UCS premiados no V Parlamento ção do estudo realizado. Foi um ótimo aprendizado poder participar do processo legislativo". O Parlamento Ambiental, que também contou com a participação de projetos de lei de alunos de outras instituições de Ensino Superior, teve como tema "A legislação ambiental garantindo a sustentabilidade da nossa cidade."

(Texto: Cristina Boff)


Falcoaria, a arte milenar como possibilidade profissional

Um grupo de 10 acadêmicos do curso de Ciências Biológicas teve a oportunidade de conhecer de perto a falcoaria, a arte de criar, treinar e cuidar de falcões e outras aves de rapina para a caça. No Brasil, a falcoaria é utilizada em aeroportos e para o controle de pombos domésticos e outras espécies consideradas pragas. Os alunos da UCS participaram, em junho, de um curso de extensão realizado na Cidade Universitária, em Caxias do Sul. Nesse curso, ministrado pela Hayabusa Falcoaria e Consultoria Ambiental, de Porto Alegre, foram abordados assuntos como a reabilitação, soltura e conservação de rapinantes. Os participantes conheceram mais sobre a história, a ecologia, o manejo, a saúde (higiene, doenças e prevenção), o treinamento, o condicionamento e as áreas de atuação do profissional que treina os falcões. De acordo com Gustavo Trainini, um dos ministrantes da atividade, o objetivo de treinar os falcões é que esses animais afastam outras aves de determinados locais. "A função do falcão é tornar esses locais impróprios, fazendo com que os outros animais 'pensem' que tal região é um local de caça", explica. Hoje essa prática é utilizada nos aeroportos de Porto Alegre, do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte, Joinville e Belém.

Entre os participantes do curso estava Luana Gonçalves Soares, acadêmica de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas. Ela sempre se interessou pela área de zoologia, pela beleza dos animais e por sua complexidade. Prova disso é a sua curiosidade pelas aves de rapina. "Desde que entrei na UCS assisto vídeos, leio livros e reportagens sobre essas aves. Gosto tanto dessa área que estou fazendo o meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre o assunto."

Durante o desenvolvimento do seu TCC, Luana realiza o estudo dos rapinantes em três regiões de Caxias do Sul. "Na pesquisa, pude identificar que na cidade é possível encontrar urubus cabeça-preta e cabeça vermelha, gaviões carijó, carcará, carrapateiro e ximango, além do quiriquiri." Para a estudante, o curso de extensão vem reforçar a sua vontade de trabalhar com aves de rapina após concluir a graduação. Segundo a professora Renata De Boni Dal Corno, da disciplina de "Etologia", que aborda o comportamento dos animais, a falcoaria é uma área pouco explorada, que trabalha com a aprendizagem e o condicionamento de aves de rapina. "Eu fiz esse curso em 2008, quando ainda era acadêmica de Biologia da UCS. Sabendo disso, os alunos me procuraram pedindo informações. Então, com o apoio do Diretório Acadêmico, conseguimos realizar o curso dentro da própria Universidade", conclui.

(Texto: Wagner Júnior de Oliveira)


Trilhando caminhos em universidades do Exterior

A aluna do terceiro semestre do curso de Engenharia Mecânica Patrícia Angélica Pasa Pezzi, 27 anos, é uma das acadêmicas que participa dos Programas de Mobilidade Acadêmica Internacional mantidos pela UCS. Ela foi selecionada, no ano passado, para o Programa Ciência Sem Fronteiras, do governo federal, para estudar na Universidade de Massachusetts - Dartmouth (UMassD), na cidade de Dartmouth, no estado de Massachusetts, Estados Unidos, onde permaneceu de setembro a dezembro de 2012. Hoje, ela continua participando do Programa, mas no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em Cambridge, na região metropolitana de Boston. Para a Revista da UCS, Patrícia contou como é estudar na instituição que é referência mundial em Ciência e Tecnologia, berço de 78 ganhadores do Prêmio Nobel. Logo no seu primeiro mês de MIT, após ter dormido apenas seis horas em três dias para concluir um trabalho de aula, a acadêmica conversava com seu professor de Cálculo, Terrence Blackman, a respeito do ritmo das atividades na universidade. "Questionei se seria sempre assim. Ele respondeu: 'Bem... estudando aqui você vai perceber que as pessoas superestimam a necessidade de comida e sono. Você também se acostuma.' Ele estava certo, você realmente aprende a trabalhar com menos horas de sono e, às vezes, não percebe que pula uma refeição ou outra", reconhece.

A privação de sono dos estudantes é frequentemente abordada no "The Tech", o jornal interno do MIT. "Não é raro ver, entre uma aula e outra, alunos cochilando em sofás ou nas bibliotecas. Realmente o MIT exige muita dedicação, mas o sentimento comum que prevalece entre os alunos é a satisfação." Patrícia ainda complementa: "Aqui existe o ditado 'MIT is like drinking from a firehose' (É como beber diretamente de um hidrante - na tradução literal)."

Ingresso no MIT

Para estudar no MIT, Patrícia precisou justificar a troca de instituição na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). "Me esforcei para ser aprovada no MIT e obtive uma carta de recomendação de minha professora de Física na UMassD, Marguerite Zarrillo. Isso pesou na minha inscrição. Eu queria ir para uma universidade melhor ainda da que eu estava. A UMassD é uma universidade pública com uma ótima assistência para estudantes internacionais. É uma universidade muito forte na área de Engenharia, Enfermagem e Artes Visuais, com muitas semelhanças com a UCS, principalmente em termos de laboratórios e a dinâmica das aulas", conclui.

(Texto: Wagner Júnior de Oliveira)

Saiba mais

A UCS mantém cerca de 190 parcerias com instituições de Ensino Superior de 28 países. No segundo semestre, mais de 80 alunos realizarão intercâmbio em instituições de 14 países. A Universidade também recebe, todos os anos, estudantes de outros países. Em 2013, já recebeu 57 alunos estrangeiros, de 20 países, que realizam seus estudos de graduação e de pós-graduação na UCS. [+]



Revista UCS - Publicação da Universidade de Caxias do Sul, de caráter jornalístico para divulgação das ações e finalidades institucionais, aprofundando os temas que mobilizam a comunidade acadêmica e evidenciam o papel de uma Instituição de Ensino Superior.

O texto acima está publicado na quarta edição da Revista UCS que já está sendo distribuída nos campi e núcleos.

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